segunda-feira, fevereiro 28, 2011

Cartas no processo CTT falam de Ferreira Leite

Cartas no processo CTT falam de Ferreira Leite



Missivas de ex-colaborador à TCN e a Souto de Moura sobre negócio do prédio de Lisboa nas mãos do MP


2009-08-08


NELSON MORAIS


O MP tem em mãos cartas de um ex-colaborador da TCN que atribuem à empresa "grande domínio da classe política". Uma das missivas refere o alegado interesse de Manuela Ferreira Leite num dos negócios investigado no "caso CTT".


As cartas de Ruy Silva foram enviadas, em 2004, de Londres para os administradores da TCN Portugal, Júlio Macedo e Pedro Garcez, e para o então procurador-geral da República, Souto Moura. O remetente defendia-se de acusações de burla e falsificação de documento feitas pela TCN, em queixa-crime que originou um inquérito. Este não foi arquivado, mas apensado, com as cartas, ao processo da administração danosa dos CTT, que aguarda despacho de acusação do Ministério Público, já com 52 arguidos, muitos deles do PSD.


Antes de se desentender com Macedo e Garcez, Ruy Silva fora contactado por eles para garantir financiamento para a compra de um edifício dos CTT, em Lisboa, e o registo de empresas "offshore" que servissem interesses do grupo. A angariação de financiamento correu mal e os administradores da TCN, agora indiciados de corrupção e vários crimes conexos, também se queixaram de falsificação de registos "offshore".


É no processo da venda do prédio dos CTT na Avenida da República (Lisboa) - oportunidade de negócio oferecida à TCN em Dezembro de 2003 e para o qual Ruy Silva terá sido encarregado de garantir 20 milhões de euros - que é referenciada a então ministra das Finanças, Manuela Ferreira Leite.


Por carta, Ruy Silva lembrou aos administradores da TCN que estes lhe haviam referido "ter recebido uma chamada da senhora professora doutora Manuela Ferreira Leite, digna ministra das Finanças, informando que o valor referido seria muito importante para a sua inclusão nas contas do Estado português até ao dia 31 de Dezembro [de 2003]".


O gabinete da actual líder do PSD afirmou indisponibilidade para comentar a notícia, avançada ontem pelo Sol, sobre aquela conversa com os administradores da TCN.






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