terça-feira, março 01, 2016

Benfica com lucros, FC Porto e Sporting com prejuízos


As Contas do primeiro semestre da época 2015/16 foram reveladas na madrugada desta terça-feira. Águias lucraram 4,6 milhões de euros. Dragões e leões tiveram resultados negativos de cerca de 18 milhões cada.
Os relatórios e contas das três principais sociedades anónimas desportivas (SAD's) do futebol português, enviados nestas segunda e terça-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), mostram situações díspares para Benfica, FC Porto e Sporting.
Benfica: a importância dos prémios da UEFA
No Relatório e Contas da Benfica SAD, a empresa-mãe do conjunto de empresas que compõem o universo do Benfica destaca o "crescimento ocorrido na rubrica de rendimentos operacionais e a diminuição dos ganhos provenientes das alineações de direitos de atletas" de 01 de julho a 31 de dezembro de 2015. O clube da águia apresenta um resultado líquido consolidado positivo de 4,6 milhões de euros no primeiro semestre da época desportiva, para o qual contribuem sobretudo 20,5 milhões de euros de receitas com prémios da UEFA.
"O resultado operacional sem atletas atingiu os 11,9 milhões de euros, o que representa uma variação positiva de 10,3 milhões de euros face ao período homólogo, sendo essencialmente explicada pelo aumento de 7,5 milhões de euros nas receitas com os prémios da UEFA e pela redução dos gastos com o pessoal em três milhões de euros", pode ler-se.
Os rendimentos obtidos com a participação na Liga dos Campeões superaram os 20,5 milhões de euros no primeiro semestre da época desportiva, "passando a ser a fonte de rendimentos operacionais mais relevante" e tendo-se aproximado "dos ganhos obtidos com as alienações de direitos de atletas" no decurso do semestre - que ascenderam a 23,5 milhões de euros (sobretudo influenciadas pelas vendas dos direitos de Ivan Cavaleiro ao AS Mónaco e Lima ao Al-Ahly, do Dubai, que renderam 22,2 milhões de euros à SAD).
FC Porto: menos receitas da UEFA
Já a SAD anunciou um resultado líquido consolidado negativo de 17,6 milhões de euros no primeiro semestre da presente época desportiva, uma quebra de 8,5 milhões em relação ao período homólogo anterior. Esse agravamento deve-se "à diminuição dos proveitos operacionais", que ascenderam a 42,754 milhões de euros, "excluindo proveitos com passes de jogadores", sugere o relatório.
Para os resultados, comparados com o período homólogo, diminuem face ao "montante extraordinário, obtido no primeiro semestre do exercício anterior, das receitas de participação nas provas europeias" (em 2014, 19,732 milhões, 11,698 milhões no primeiro semestre da época atual). "A performance da equipa na fase de grupos [da 'Champions'] nesta época desportiva não permitiu a passagem aos oitavos de final da prova, tendo sido relegada para a UEFA Europa League que atribui prémios significativamente inferiores", refere o documento.
Em destaque nas contas da SAD está a subida das receitas com os direitos de transmissão televisiva, que subiram 652 milhões de euros relativamente ao primeiro semestre do exercício anterior. "Parte deste aumento deve-se aos rendimentos progressivos garantidos pelo contrato entre a FC Porto -- Futebol, SAD e a PPTV -- Publicidade de Portugal e Televisão S.A. para a cedência dos direitos de transmissão televisiva dos jogos do campeonato nacional, na condição de visitado. No entanto, esta rúbrica cresceu também devido ao incremento das receitas advindas dos direitos de distribuição do Porto Canal, explorados pela participada PortoMédia", realça o documento.
No Relatório e Contas é referido que os resultados apresentados não incorporam a transferência do médio francês Imbula para o Stoke City, por 24 milhões de euros, uma vez que ocorreu em janeiro, após o período em análise.
Sporting: o caso Doyen e a ausência da Champions
Já a SAD do Sporting anuncuiou um prejuízo de 18 milhões de euros no segundo semestre de 2015, explicado pela condenação no 'caso Doyen' e pela ausência na fase de grupos da Liga dos Campeões de futebol.
"Para evitar especulações que podem ser geradas por falta de informação que enquadre os presentes resultados comunicamos aos interessados que eles são, desde logo, condicionados por dois factores de conhecimento público: por um lado a sentença desfavorável no caso Doyen vs SCP e, por outro, a eliminação no 'play-off' de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões, nas condições e circunstâncias por demais conhecidas e comentadas", lê-se em comunicado publicado pelos 'leões'.
O Sporting acrescenta que "o impacto da sentença do caso Doyen constitui, neste momento, uma provisão, uma vez que decorre a fase de recurso em relação à decisão proferida" pelo Tribunal Arbitral do Desporto, que condenou a SAD 'leonina' a pagar ao fundo de investimento 12,4 milhões de euros (ME) pela quebra de contrato aquando da venda do argentino Marcos Rojo ao Manchester United, bem como 75% de qualquer montante de que possa beneficiar o clube, como consequência do seu direito de 20% de mais-valias em qualquer transferência futura superior a 23 ME.
"Sublinhamos que as receitas resultantes da boa prestação da equipa na I Liga e dos novos contratos comerciais negociados pela administração auguram o regresso aos resultados financeiros positivos nas próximas prestações de contas", acrescenta a nota do Sporting.

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