Juízes consideraram que o ex-deputado PSD usou o filho, deu justificações inverosímeis ao tribunal e demonstrou "dolo intenso". Foi condenado a 10 anos de prisão.
O arguido demonstrou uma "frieza de caráter sob a capa de auto elogios à sua honestidade", usou o filho para levar adiante o seu esquema fraudulento, valeu-se da sua "influência a nível político e social" para conseguir que os responsáveis do BPN aceitassem financiar o projeto e revelou um "dolo intenso" em toda a sua atuação. Estes foram alguns dos argumentos apresentados pelos magistrados da 7ª vara criminal de Lisboa que, na passada sexta-feira, condenaram Duarte Lima, ex-deputado social democrata, a dez anos de prisão efetiva. Em causa os crimes de burla qualificada ao antigo BPN com posterior branqueamento de capitais por parte de Duarte Lima e do sócio Vítor Raposo, também ele ex-deputado nos anos 1990.
Uma decisão inédita já que é a primeira vez que um político português é condenado a uma pena de prisão efetiva desta dimensão. O acórdão, a que o DN teve acesso, considera ainda que as justificações dadas pelo arguido foram , "inverosímeis, não fazendo sentido que uma pessoa com os conhecimentos do arguido e que não estava propriamente ausente do desenvolvimento das suas iniciativas negociais (a sua participação não era meramente formal), não se inteirasse dos pormenores da operação".
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