sexta-feira, outubro 28, 2011

por FERREIRA FERNANDESHoje50 comentários




Frase terrível e magnífica aquela de abertura da comunicação ao País, ontem:

"Não preciso de vos dizer..." Ui, aquilo anunciava o fim do subsídio de férias

para o ano... Enganei-me: foi o subsídio de férias e o de Natal. E mais, e mais...

Passos Coelho permitiu-se aquela frase porque logo que tomou posse disse que

viajaria de avião em turística e de carro próprio para Massamá. Isto é, que está

como nós, no mesmo barco da crise. Como bom português esqueci-me, depois,

de lhes controlar a aplicação, mas como bom português gostei das medidas

humildes. Sempre gostei de políticos que valorizam os exemplos pequeninos.

Sobre as grandes catástrofes ontem anunciadas não me pronuncio - é tão fácil

acreditar que elas são boas (porque inevitáveis) ou más (porque reproduzem a

recessão), que não convenço ninguém. Eu gostava, mesmo, era de convencer

Passos Coelho a não abandonar aquela ideia de nos convencer de que os

governantes estão no nosso barco. Por exemplo, ele tem dois colegas no

Governo, Miguel Macedo e José Cesário, com casa própria em Lisboa, mas

que, por serem da província, recebem subsídio (1150 euros/mês) de alojamento.

Tudo legal, eu sei, mas também os subsídios de férias e Natal de outros

portugueses eram legais e acabaram. Coisinha pouca (poupavam-se 2300

euros/mês), eu sei, mas seria exemplar. Se Passos Coelho me ouvisse, eu

comprometia-me, cada semana, a custo zero por causa da crise, a dar-lhe um

bom exemplo.






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