
"Jornal de Angola" critica "obscura juíza" portuguesa
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hoje, dominado pela crise financeira, por elites corruptas e pela perda de valores de toda a natureza, ela foi julgada no Tribunal Criminal de Lisboa e condenada! Uma obscura juíza salvou, finalmente, a pátria de Camões!".
Maria Eugénia Neto foi condenada na sexta-feira, 19 d
O 27 de maio foi um sangrento choque militar entre fações no interior do MPLA: por um lado, as forças fiéis ao Presidente Agostinho Neto, e, por outro, o grupo liderado por Nito Alves. Na disputa pelo poder em Luanda algumas figuras proeminentes ligadas ao PCP, como Cita Vales, alinharam com os "nitistas", enquanto as forças cubanas se mantiveram fiéis a Neto. Na sua investigação, os dois autores portugueses estimam em 30 mil mortos as vítimas daquele terrível choque.
Numa referência à historiadora, que processou judicialmente Maria Eugénia Neto, o "Jornal de Angola" diz: "Gente de má consciência produziu um livro (...) que é um insulto à memória de Neto". Em seu entender, a viúva e abril, a 150 dias de multa e ao pagamento de uma indemnização de dois mil euros à investigadora portuguesa Dalila Cabrita Mateus, que se sentiu difamada pelas suas declarações numa entrevista ao Expresso (edição de 5 de janeiro de 2008). Interrogada sobre os acontecimentos de 27 de maio de 1977 em Angola, que se saldaram por um banho de sangue, e sobre os quais Dalila Mateus (em conjunto com Álvaro Mateus) escreveu o livro "Purga em Angola", a viúva de Neto chamou-lhe "desonesta" e "mentirosa".
30 mil mortos"Na História de Portugal não há nenhuma mulher com a dimensão de Maria Eugénia Neto", escreve, na edição de domingo, o diretor, José Ribeiro. "Os fascistas nunca conseguiram levá-la aos Tribunais Plenários porque ela se escapou por entre as suas garras. Mas no Portugal de
"reagiu à agressão e considerou a autora do aborto histórico e literário, mentirosa e desonesta". Para José Ribeiro, "a resposta" de Maria Eugénia "foi comedida e delicada".
O articulista faz críticas cerradas ao livro, que, em seu entender, procede "à lavagem histórica de figuras, como Monstro Imortal, Nito Alves, Cita Vales e Zé Van-Dúnen, responsáveis pela desgraça que bateu à muitas famílias angolanas e portuguesas" - e que morreram ou no próprio 27 de maio ou dias depois, em condições descritas pelo livro. "A juíza disse, na sentença, que na audiência não se julgou o livro nem os factos históricos ali tratados (...) Então, o que se julgou?".
"Pobre justiça portuguesa!"
Para o diretor do "Jornal de Angola", a viúva de Neto foi "julgada por responder ao insulto, mas foi considerada culpada de um crime que não cometeu. Lembro que, há dias, o Ministério Público de Lisboa mandou arquivar uma queixa apresentada por generais angolanos contra um 'ativista' que os acusou de assassinos e torturadores.
O magistrado que apreciou a queixa mandou arquivá-la, porque o autor de tão graves acusações apenas fez uso da 'liberdade de expressão'. O mesmo serviço que assim decidiu, recusou agora a Maria Eugénia Neto o mesmo direito. Dois pesos, duas medidas".
No parágrafo final, o diretor do jornal oficial lamenta: "Finalmente, um Tribunal português conseguiu julgar Agostinho Neto e os seus camaradas, na pessoa de Maria Eugénia Neto. Pobre justiça portuguesa!"
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