O Páraco Domingos
Duarte Lima comprou terrenos a Isaltino
Antigo líder parlamentar dos sociais-democratas quis ilibar o filho e acabou por ver tornado público um negócio com o ex-autarca de Oeiras
Domingos Duarte Lima, o ex-líder parlamentar do PSD acusado de burla qualificada, branqueamento de capitais e abuso de confiança agravado no caso da compra de terrenos em Oeiras com financiamento do BPN, viu ontem o Ministério Público revelar um negócio imobiliário com Isaltino Morais, o antigo presidente daquela autarquia.
Na primeira sessão de julgamento do caso ‘BPN/Homeland', o antigo deputado fez uma declaração ao coletivo de juízes numa tentativa de ilibar o filho, Pedro Lima, de quaisquer responsabilidades nos negócios imobiliários realizados em parceria com Vítor Raposo, também arguido. E atirou para a fase final do julgamento explicações mais alargadas sobre o processo.
O também advogado acabou por ser ‘apanhado na curva' pela insistência do procurador José Nisa, que pediu esclarecimentos a Duarte Lima sobre o papel do filho enquanto sócio-gerente de várias empresas. Apesar de o ex-deputado ter insistido que deu ao filho "uma visão parcelar, genérica e fragmentada" dos seus negócios, ainda que este fosse o rosto de várias participações financeiras em diversas sociedades, o procurador acabou por confrontar Duarte Lima com dados relativos à Ediandar, onde Pedro Lima é um dos sócios-gerentes. E perguntou ao ex-líder parlamentar do PSD se tinha conhecimento de que as construções realizadas na zona de Caxias por esta empresa estão localizadas em terrenos comprados a Isaltino Morais e ao filho. "Não tenho conhecimento de quem era o detentor inicial", garantiu Duarte Lima.
Perante a insistência do magistrado, que tentou confrontar também o ex-deputado com um conjunto de escutas recolhidas no processo, Duarte Lima acabou por se recusar a responder a mais questões.
Escutas a Duarte Lima revelam plano de fuga com secretária

Escutas telefónicas a Duarte Lima revelaram que este estava a preparar a fuga para o estrangeiro, chegando a pôr o motorista a perseguir a polícia que vigiava os seus movimentos.
O semanário "Sol" escreve na sua edição de hoje que "as escutas telefónicas a Duarte Lima no processo BPN, que esta semana começou a ser julgado, demonstram por que as autoridades decidiram avançar para a sua detenção, em novembro de 2010. O advogado tinha tudo preparado para fugir: o plano passava por retirar de Portugal a secretária Marlete Oliveira, com quem tinha uma relação amorosa, realizar capital o mais rapidamente possível e juntar-se a ela mais tarde, com um pé-de-meia que lhes permitisse viver num país onde não existissem acordos de extradição ou alguma possibilidade de ser julgado".
Segundo o jornal, "quando Duarte Lima se apercebeu do cerco da polícia e pressentiu que podia ser preso a qualquer momento, colocou o seu motorista a perseguir os carros suspeitos que rondavam a sua residência em Lisboa. A pressa em desfazer-se dos seus bens e realizar dinheiro tramou Duarte Lima. Depois de preso, alegou que estava a realizar capital para cumprir com o pagamento de avultados empréstimos a bancos, mas não convenceu os magistrados".
Nota: O caso Tomé Féteira segue dentro de momentos


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