"As minha convicções são mais fortes que as pressões", diz Seguro
Publicado à 01.43
LUÍSA MOREIRA, JORGE PINTO E RAFAEL BARBOSA do JN
António José Seguro foi pressionado tanto para assinar o acordo como para o recusar. Foi o próprio a assumi-lo, numa entrevista na Redação do JN, no Porto, poucas horas antes de o presidente da República ter anunciado que o atual Governo continua em funções. O líder do PS discorda, mas respeita, e prevê que o país ficará a perder. Seguro revelou que, durante as negociações com PSD e CDS, a ministra das Finanças levou informação que ainda não conhecia sobre as contas do Estado e reconheceu que ficou ainda mais preocupado.
| foto LEONEL DE CASTRO / GLOBAL IMAGENS |
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| António José Seguro |
podia aceitar um acordo". Manuel Alegre revelou que o senhor lhe garantiu que não faria cedências à direita. Mário Soares avisou que, em caso de acordo com a Direita, teria de enfrentar uma cisão no partido. A pressão interna foi determinante na decisão de romper as negociações?
As minhas convicções são muito mais fortes que todas as pressões que possam surgir.
A primeira pressão que recebi foi para não entrar neste processo de diálogo. Eu recusei e entrei neste processo de diálogo. Disse sim ao apelo do presidente da República. Depois, houve várias pressões para que eu assinasse um acordo cujo conteúdo não subscrevia. E eu também resisti a essas pressões. Não há nenhuma pressão que tenha sido feita a que eu não tenha resistido. Sabem porquê? Porque eu tenho u
O PS não aceita medidas adicionais de austeridade. O PSD não abdica de medidas de austeridade já negociadas com a troika. A sua posição pode ser mais popular, mas a intransigência é similar. A negociação foi um embuste?
Houve um processo de diálogo em que o PS se empenhou de boa-fé.
Mas não podiam pedir-nos que chegássemos a um acordo sobre políticas com as quais discordamos: políticas de austeridade, políticas de cortes. Porque provocam recessão e esta não contribuiu para o equilíbrio das contas públicas, pelo contrário, agrava o desequilíbrio.
Não pode haver acordo se o Governo não reconhece uma realidade óbvia: essas políticas falharam.
Sócrates avisou que o PS "nãom caminho e sigo-o.
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