No interrogatório feito a pedido do Brasil, Lima disse que não falou com a vítima entre 1 e 7 de Dezembro de 2009. O i descobriu que lhe ligou dia 5
As versões de Duarte Lima sobre o seu encontro com Rosalina Ribeiro no dia 7 de Dezembro de 2009 - data do seu homicídio - têm sido várias desde que as autoridades brasileiras começaram a investigar o caso. Ainda no interrogatório deste mês feito pelo Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa a pedido das autoridades judiciárias do Brasil, o ex-deputado do PSD voltou a apresentar uma nova versão.
Duarte Lima altera algumas das afirmações iniciais após os factos entretanto apurados pela polícia do Rio de Janeiro. O i teve acesso aos dados das operadoras móveis brasileiras que desmentem algumas declarações prestadas à juíza Cláudia Pina. Para a procuradora do MP junto do 5.o juízo daquele tribunal também permanecem dúvidas sobre o que se passou do outro lado do Atlântico e sobre as transferências que Rosalina fez para o advogado e que para a polícia brasileira estão na base deste assassinato.
Cinco dias após a morte da ex-companheira do milionário Lúcio Feteira, num fax voluntário enviado para a polícia carioca, o ex-deputado esclareceu que o encontro de 7 de Dezembro foi solicitado dia 5 pela sua cliente, uma vez que esta tinha tomado conhecimento de que estava no Brasil a tratar de outros assuntos. Já neste último interrogatório, disse perante a juíza portuguesa que afinal só chegara ao Brasil na madrugada do dia 6 e que a sua viagem tinha como único objectivo o encontro com a sua cliente. Contou ainda que a última vez que falou com Rosalina antes do encontro foi no dia 1, o que é desmentido pelos dados das operadoras brasileiras.
Após a polícia brasileira ter encontrado as várias multas e conseguir traçar o suposto percurso da viagem entre BeloHorizonte e o Rio através de quatro telemóveis que terá levado, outras afirmações iniciais foram também desditas.
Para a polícia, Lima apanhou o avião de Lisboa para Belo-Horizonte, onde chegou no dia 5 à noite e, na manhã seguinte, partiu num carro alugado para o Rio onde se encontraria com a sua cliente.
Pergunta 1: Como e quando foi combinado o encontro?
O que diz Duarte Lima cinco dias após homicídio de Rosalina
“No dia 5 de Dezembro, tendo tomado conhecimento de eu me encontrava em Belo Horizonte, a minha cliente, D. Rosalina Ribeiro solicitou-me que me deslocasse ao Rio de Janeiro, para tratar de assuntos relativos a processos pendentes que lhe dizem respeito.”
O que a polícia brasileira descobriu
Duarte Lima fez Lisboa - Belo Horizonte – Rio de Janeiro, utilizando nesse percurso diferentes telemóveis para ligar a Rosalina e para a sua amiga Marlete.
• A 7 de Dezembro, dia do homicídio, Lima usou um dos telemóveis com indicativo português para ligar à sua cliente. Após a chamada, Rosalina desceu para se encontrar com ele.
• Durante a sua estada no Brasil, entre 6 e 7 de Dezembro de 2009, o advogado português terá contactado várias vezes a cliente
O que diz Rosalina às amigas no dia em foi assassinada
A 7 de Dezembro, Rosalina terá dito que passou todo o dia em casa. Nas chamadas que recebeu das amigas contou estar à espera de uma visita dando assim a entender que nada tivesse sido marcado anteriormente. Demonstrou alguma ansiedade.
O que diz Duarte Lima este mês no interrogatório em Lisboa
Duarte Lima revela que o encontro de dia 7 foi marcado no dia 1 quando ainda estava em Portugal.
• Depois disso, assegura não ter mais falado com a sua cliente.
• Nega ainda que o telemóvel português que fez a última chamada para vítima seja a dele
Pergunta 2: Qual o local concreto do encontro?
O que diz Duarte Lima cinco dias após homicídio de Rosalina
“Encontrei-me com a minha cliente no quarteirão junto à sua casa.”
• Assim que chegou, diz que ela o reconheceu
O que a polícia brasileira descobriu
Rosalina sai de casa após receber uma chamada de Lima.
• Ao passar a porta do seu prédio vira à direita e é avistada por uma câmara de videovigilância no final do quarteirão seguinte à sua casa e a caminho do restaurante Alcaparras.
O que diz Rosalina às amigas no dia em foi assassinada
Rosalina terá dito que o seu advogado iria ter com ela.

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