terça-feira, maio 06, 2014

O Major - há que lhe chame o Major "batata"

      
 


O elevador secreto de Valentim Loureiro e outras bizarrias autárquicas

Passados cem dias de mandato, novos autarcas começam a deitar as mãos
à cabeça com as heranças que receberam. O novo presidente da Câmara de
Gondomar, por exemplo, descobriu um elevador secreto, deixado por
Valentim Loureiro


O elevador secreto de Valentim Loureiro e outras bizarrias autárquicas
Luís Barra

Quando Marco Martins tomou posse, o difícil foi não esbarrar em
situações insólitas. Primeiro, o gabinete de Valentim Loureiro estava
transformado num bunker, onde poucos alguma vez haviam entrado. Em
quase duas décadas, o anterior presidente só por duas vezes se terá
deslocado ao bar do edifício camarário e "para reclamar com os
funcionários ", conta-se. Valentim tinha um elevador secreto e
exclusivo cujo código de acesso era a sua data de nascimento que
ligava diretamente a um parque de estacionamento para os automóveis do
presidente e da filha, ex-vereadora. Para trás, Valentim deixara
também o fax com a respetiva lista de contactos, que iam de dirigentes
do mundo da bola a pessoas com quem tinha negócios. Mas o filme apenas
começara. Ao longo das semanas que já leva de mandato, Marco Martins
descobriu viaturas velhas da autarquia por abater, "nas quais já
haviam nascido pinheiros", uma frota automóvel com uma idade média de
22 anos e gastos de milhares de euros em aplicações informáticas que
nunca foram instaladas ou usadas. Soube, também, que umas moradias em
banda, vandalizadas e destruídas, afinal pertenciam à Câmara, e que o
erário público também continuava a pagar o arrendamento de um mercado
provisório, num terreno onde, desde 2011, já não existia nada. Um
heliporto, orçado em 92 mil euros, foi também construído junto do IC29
e de um hospital, mesmo depois do pedido de licenciamento ter sido
chumbado pelo Instituto Nacional de Aviação Civil. "Processos
judiciais em que a autarquia é ré, são cerca de 400, mas ainda não
estão quantificados os valores", refere o autarca, que herdou uma
dívida de 145 milhões de euros, contas ainda por baixo, "pois espero
mais surpresas". Não fosse Marco Martins bombeiro voluntário e
dir-se-ia que Gondomar tem demasiados fogos para apagar. "O que me
salva é ter subido degrau a degrau, na vida autárquica e ganho
experiência a partir de uma freguesia. Caso contrário, estava tramado."



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