- MPA — (…) E por último, há os impactos políticos. Isto poderá ter um impacto nas legislativas, porque se não houver crescimento poderá alterar a relação de forças entre os principais partidos. E também porque se sabe que há alguns ministros que eram muito próximos do presidente da comissão executiva do BES [liderada até há uma semana por Ricardo Salgado] e essa proximidade poderá ser negativa.
DV — Está a falar de que ministros?
MPA — Não lhe vou dizer. E depois há um potencial impacto nas presidenciais, porque há um putativo candidato conservador, que toda a gente sabe qual é. Ele e a sua companheira eram os melhores amigos do casal Salgado. Viajavam juntos, passavam férias juntos.
DV — Está a falar de Marcelo Rebelo de Sousa?
MPA — Sim, como é óbvio. Logo, se Ricardo Salgado não sair bem desta situação e, neste momento, quando se ouve a CNBC e a Bloomberg fala-se de fraude... Obviamente que não vou dizer que há fraude.
Hoje, depois de tudo o que se sabe sobre o caso BES, não sei isso se não compromete a carreira de Marcelo como comentador. Seria empolgante e teria certamente uma audiência invulgar a emissão de um programa com extractos das declarações de Marcelo Rebelo de Sousa sobre o caso BES ao longo dos últimos meses. Assim a modos como uma festa de homenagem (e de despedida), à imagem da que foi feita a Deco na sexta-feira.
ADENDA — Diz-se que o Blasfémias II foi criado com a missão impossível de pôr Barroso na grelha de partida para Belém. Por isso, o Blasfémias II não poderia deixar de dar destaque às declarações de Miguel Pais do Amaral sobre Marcelo. Todos os seus extraordinários cronistas compreenderam o objectivo (salvo Paulo de Almeida Sande, que vai com o passo trocado na parada).

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