terça-feira, agosto 12, 2014

"Ninguém pode pensar que é dono do PS", critica Costa

Candidato às primárias do PS apresenta moção sobre "As grandes opções de Governo" e lança várias farpas a Seguro. Pelo meio, avança com uma proposta de reforma parcial que seria co-financiada por fundos comunitárias.

António Costa defendeu esta terça-feira que para o PS possa constituir uma "alternativa" ao actual Governo tem de ser capaz de inspirar confiança aos eleitores, vincando que isso não é alcançado apenas com a apresentação de "medidas avulsas". "Alternativa não é apresentar 80 medidas e falar em crescimento e emprego", criticou o candidato às primárias socialistas de 28 setembro, aproveitando a apresentação da moção política "As grandes opções de Governo", em Lisboa, para desferir vários ataques ao secretário-geral do partido.

Após a apresentar o documento, o presidente da Câmara de Lisboa foi questionado pelos jornalistas sobre a leitura que fazia do facto de António José Seguro o ter acusado de imitar as suas propostas e foi contundente: "Ninguém pode ter a ideia que é dono do PS. As propostas do partido não são apenas as propostas do secretário-geral."

E o autarca foi mais longe ao vincar que "há pessoas que têm mais energia" a combatê-lo do que "a combater o Governo". Na mesma linha de raciocínio, insistiu que aquilo que separa o PS atualmente do Executivo liderado por Passos Coelho é apenas a forma como defende a austeridade, lamentando que a direção de Seguro só sugira que se "vá mais devagar" nos sacrifícios pedidos aos portugueses. "Isso tem consequência nos resultados eleitorais obtidos pelo PS", assinalou ainda Costa.

Quanto a propostas propriamente ditas, o candidato a candidato a primeiro-ministro defendeu a criação de um programa de reformas a tempo parcial, "sob condição de contratação de jovens desempregados", tal como se pode ler na moção apresentada.
A ideia passa por "criar a possibilidade de trabalho a tempo parcial e reforma parcial nos últimos anos da carreira contributiva" para incentivar a entrada de jovens no mercado de trabalho e minimizar os custos da Segurança Social. O programa teria um alcance temporal limitado e, segundo António Costa, poderia mesmo vir a contar com apoio de fundos comunitários.

A ideia passa por "criar a possibilidade de trabalho a tempo parcial e reforma parcial nos últimos anos da carreira contributiva" para incentivar a entrada de jovens no mercado de trabalho e minimizar os custos da Segurança Social. O programa teria um alcance temporal limitado e, segundo António Costa, poderia mesmo vir a contar com apoio de fundos comunitários.

"Se esta reforma em certos setores tiver natureza estrutural é elegível para financiamento por via de fundos comunitários", sublinhou o autarca de Lisboa, para quem até ao final do ano o salário mínimo deve subir para 522 euros e que recusou comprometer-se com a redução do número de deputados, embora admita que tenciona pôr em marcha uma reforma do sistema eleitoral.

No que respeita ao défice das contas públicas, Costa insistiu na tese da "leitura inteligente do Tratado Orçamental", salientando que algumas despesas de cariz estruturante possam ficar de fora do perímetro dessa contabilidade.

Sobre a dívida pública, o candidato às primárias observou ser "importante que se vá consolidando o pensamento académico sobre um novo equilíbrio entre as nossas obrigações e o nosso esforço de desenvolvimento", pelo que considera ser essencial que se alivie o esforço com o serviço da dívida de alguns dos Estados-membros da União Europeia.

1 comentário:

Anónimo disse...

Isso não é critica - é uma absoluta verdade ...sabe que é assim