quinta-feira, março 05, 2015

Sócrates acusa Passos de “acto desprezível” que o deixa “perto da miséria moral”



Antigo primeiro-ministro entra na polémica de Passos sobre dívidas à Segurança Social.

Na passada terça-feira, no encerramento das jornadas parlamentares do PSD, Passos Coelho, sem nunca referir José Sócrates, fez uma declaração que foi vista como uma referência ao anterior primeiro-ministro.
Em causa estavam a dívidas pagas com atraso por Passos à Segurança Social. O actual primeiro-ministro disse que nunca usou o cargo “para enriquecer, para prestar favores ou para viver fora das suas possibilidades”, nem para nomear alguém por favor ou traficar influências.
Sócrates não gostou e na noite desta quarta-feira, a partir da prisão de Évora, respondeu numa carta enviada à TSF.
O antigo primeiro-ministro diz que a declaração de Passos é “um acto desprezível”, que o “deixa perto da miséria moral”
Numa carta de quatro parágrafos enviada à TSF, Sócrates fala ainda num “cobarde ataque pessoal” e numa “tentativa de condicionamento do resultado das próximas eleições”.
“É um momento desesperado face às acusações de incumprimento de obrigações contributivas (…) Esta forma de fazer política diz tudo sobre quem a utiliza, ao atacar um adversário político que está na prisão a defender-se de imputações injustas, Passos não se limita a confirmar que não é um cidadão perfeito, antes revela o carácter dele e o quanto está próximo da miséria moral.”
Sócrates diz ainda que não espera que “o senhor primeiro-ministro, para quem manifestamente vale tudo, compreenda o valor da presunção de inocência num Estado de Direito, a extrema importância do respeito pelo princípio da separação de poderes e muito menos que entenda que, no meu caso, não só ainda nada foi dado como provado como não foi sequer deduzida qualquer acusação”.
E conclui na carta à TSF: “Em vez de atirar lama para cima dos outros, faria melhor em explicar aos portugueses se ele próprio cumpriu ou não cumpriu a lei.”

Ganda Sócrates.

Sem comentários: