quinta-feira, maio 07, 2015

PJ impedida de investigar Dias Loureiro no caso BPN?



Um homem sério e honesto

"Há 4691 milhões de razões para dizer porque é que elogiou Dias Loureiro"

por O.L.O. e J.P.H.Ontem33 comentários
"Há 4691 milhões de razões para dizer porque é que elogiou Dias Loureiro"
Porta-voz do BE diz que elogios de Passos Coelho ao ex-administrador da SLN são um "insulto ao país". Líder bloquista citou conclusões do inquérito ao BPN.
Os elogios de Pedro Passos Coelho a Dias Loureiro chegaram esta quarta-feira ao debate quinzenal, no Parlamento. Catarina Martins, porta-voz do BE, considerou um "insulto ao país e aos empresários honestos" o elogio do primeiro-ministro ao ex-administrador da Sociedade Lusa de Negócios (SLN), holding do BPN, na passada sexta-feira. E, em alusão ao buraco financeiro provocado pelo colapso do banco que foi nacionalizado, foi contundente: "Há 4691 milhões de razões para dizer porque é que achou por bem elogiar Dias Loureiro."
Passos defendeu-se com a ideia de que "não existe qualquer intervenção do governo na Justiça" e acrescentou, dirigindo-se à líder bloquista, que "não é com insinuações que se apagam quatro anos de total liberdade" na investigação criminal.
Mas Catarina Martins insistiu ao vincar que Dias Loureiro faz parte do "lóbi que afetou o país" e reforçou a tese ao afirmar que as palavras do primeiro-ministro "que reitera o apoio a exemplos" como o do ex-administrador da SLN confirmam que "o tempo da impunidade não acabou".
Antes, o chefe do governo apontara o antigo ministro de Cavaco Silva como exemplo de um empresário de sucesso, tal como fizera na sexta-feira. "É verdade que me encontrei com Dias Loureiro, e espero que ele não se sinta visado nem ultrapassado por eu ter suposto que - estou convencido que ele sabe - com o que viu no mundo e com a experiência que adquiriu, partindo de Aguiar da Beira, que não é por se viver no interior, que não podemos, graças às muitas renovações tecnológicas, graças a muito trabalho de transformação da economia portuguesa, vencer na vida e ter negócios bem-sucedidos", declarou.

A antiga diretora do DCIAP afirmou não poder dizer por que é que o processo do ex-ministro não foi encaminhado para a Judiciária.
A Polícia Judiciária poderá ter sido impedida de investigar o ex-ministro Dias Loureiro no âmbito do caso BPN. O Correio da Manhã conta que o processo estará parado há alguns anos, e que desde 2009 que a antiga diretora do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), Cândida Almeida, terá prometido à PJ enviar o processo relativo ao ex-ministro.
Segundo o Correio da Manhã, Cândida Almeida terá dito que passaria à PJ o processo relativo a Dias Loureiro no âmbito do caso BPN se a Judiciária reforçasse a equipa que investiga crimes económicos. Cândida Almeida disse ao CM que se tinha reunido com o atual dirigente da PJ, Almeida Rodrigues, e que estava previsto um reforço dessa equipa, em particular no âmbito das suspeitas de fraude no BPN.
O CM conta que apesar do reforço das equipas da PJ, a Judiciária não recebeu o alegado processo relativo a Dias Loureiro, embora tenha recebido outros de arguidos menos mediáticos envolvidos no caso BPN. Dias Loureiro, apesar de ter sido constituído arguido no caso em 2009, não voltou a ser interrogado. Questionada pelo Correio da Manhã, Cândida Almeida afirmou não poder dizer por que é que o processo não tinha sido encaminhado para a Judiciária.
A investigação ao BPN começou em 2008, após a nacionalização do banco. Dias Loureiro, ministro dos Assuntos Parlamentares e da Administração Interna de Cavaco Silva, foi constituído arguido em 2009.

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