segunda-feira, junho 15, 2015

Telmo V. Pereira













A PIETÀ DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA

Depois da selvajaria a que se assistiu em Guimarães, esperar-se-ia uma declaração por parte da ministra da Administração Interna, afiançando que «critérios de fúria» não poderão nunca substituir critérios de racionalidade e de proporcionalidade na actuação das forças de segurança. Mas a ministra Anabela Rodrigues manteve-se num silêncio ensurdecedor.

Ao fim de três dias escondida atrás das cortinas, a ministra apareceu. Para anunciar que cedera à pressão dos sindicatos da polícia para abrir uma nova ronda de negociações, dando o dito por não dito (1). Só devido a insistência dos jornalistas, Anabela Rodrigues fez uma declaração de circunstância (2) sobre os acontecimentos de Guimarães.

Mais um zombie (3) a juntar a tantos outros que povoam um governo em fim de ciclo.

(1) http://www.dn.pt/politica/interior.aspx?content_id=4566498&page=-1
(2) http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/benfica/anabela-rodrigues-nao-pode-haver-julgamentos-na-praca-publica
(3) http://sicnoticias.sapo.pt/pais/2015-05-14-Marques-Mendes-revela-que-Anabela-Rodrigues-foi-a-quarta-escolha-para-o-MAI

OBS: O meia-dose Luís Marques Mendes (parte da declaração divulgada pela SIC, mas que não consta do vídeo disponível no site, no link indicado em 3) revelou que a ministra da Administração Interna foi a quarta escolha de Passos Coelho para a substituição de Miguel Macedo. Por incrível que pareça, tratou-se de uma das situações em que o alegado primeiro-ministro foi confrontado com menos recusas, pois houve casos em que só à décima tentativa foi possível preencher uma pasta. Mais: aconteceu muitas vezes que só à sexta ou à sétima tentativa Passos Coelho conseguiu avistar alguém que se dispusesse a sentar-se no Conselho de Ministros, pejado de zombies.

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