quinta-feira, julho 23, 2015

DESONESTIDADE


Já nada me admira neste país actualmente sem rumo. Ouço na rádio o ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, num auto-elogio próprio da campanha eleitoral a gabar a sua política de ciência. Referiu até num hipotético acréscimo de meios que teria havido no seu mandato.

Já sabíamos que muitos políticos mentem e que Crato passou em quatro anos de um prestigiado cientista e divulgador de ciência a um vulgar político dos muitos que há por aí a dizer coisas. De facto, como tem sido amplamente demonstrado, ele deixa a ciência muito pior do que a recebeu das mãos de Mariano Gago.

Abateu centros de investigação e cortou bolsas, após processos de "avaliação" indignos e por isso largamente contestados (em várias instâncias, incluindo os tribunais; o processo está longe de ter terminado). A actuação do ministério não é apenas de desonestidade intelectual mas também de desonestidade material.  As leis da República foram atropeladas para que só um certo grupo, de tamanho definido à partida por um viés inexplicado e inexplicável, pudesse ser mantido. Chegou-se a tirar meios públicos do sector público para os dar ao sector privado.

As palavras do ministro de uma coligação avessa à ciência, ditas aliás num atropelo próprio da demagogia, ficam apenas como uma tentativa falhada de justificar o  injustificável.

Em breve Nuno Crato passará à história da educação e ciência nacional, ocupando um lugar nos antípodas da proeminência. Por acção e inacção Crato conseguiu a proeza de ser um mau ministro da educação e um péssimo ministro da ciência, o pior de sempre.


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