sexta-feira, julho 24, 2015

Sampaio dedica Prémio Mandela aos portugueses, "povo, generoso, extrovertido e resiliente" por Lusa com DN.ptHoje5 comentários


O antigo Presidente disse, no seu discurso de aceitação do prémio da ONU, que a comunidade internacional falhou ao não proteger os mais fracos.
O antigo Presidente Jorge Sampaio disse hoje emocionado nas Nações Unidas, durante o discurso de aceitação do Prémio Nelson Mandela, que "os portugueses são um povo bravo, generoso, extrovertido e resiliente".
"Perdoem-me por esta evocação mais pessoal e nacional. Mas devo dedicar esta aclamação ao meu país e aos meus caros concidadãos", disse Jorge Sampaio, na única vez em que se emocionou durante o discurso de 15 minutos. "São tolerantes, têm a mente aberta e são cooperantes. Sempre repeti incessantemente que o melhor que o nosso país tem são as suas pessoas, homens e mulheres de esperança, perdão e resistência."
O antigo Presidente destacou ainda no seu discurso que a comunidade internacional falhou ao não proteger os mais fracos. "Temos de reconhecer que nós, os nossos governos e a comunidade internacional, falhámos em atuar da forma correta para elevar as expectativas e liderar o caminho para proteger aqueles que mais precisam", disse Sampaio, de 75 anos, num discurso em inglês.
O prémio Nelson Mandela foi criado no ano passado pela Assembleia Geral da ONU para homenagear personalidades que se tenham dedicado a promover os ideais das Nações Unidas. Nesta primeira edição, o prémio foi também atribuído a uma oftalmologista da Namíbia, Helena Ddume.
Sampaio nomeou alguns dos desafios que o mundo enfrenta, como o terrorismo, "que está a matar pessoas em todo o lado e a toda a hora, além de qualquer limite de brutalidade ou grupo que esteja imune e que possamos nomear".


"Este é também um tempo em que vemos grande descontentamento e descrédito sobre a política e a democracia a pairar sobre muitos países desenvolvidos, nomeadamente na Europa", disse. Sampaio acredita que "em muitas sociedades, quando a mudança parece bloqueada e as reformas em espera, novas formas subtis de autoritarismo estão a emergir".
Num discurso dedicado sobretudo a fazer uma análise dos desafios do mundo atual, Jorge Sampaio reservou algum tempo para falar da sua história pessoal.
"Há várias, longas... décadas era um estudante universitário no meu país, Portugal, e vivíamos com medo, sob um controlo repressivo sufocante e um regime político repressivo. Éramos uma sociedade atrasada, subdesenvolvida devido às guerras coloniais, aos cérebros que partiam e a enormes níveis de imigração. Nessa altura, Portugal estava isolado, diplomaticamente isolado das organizações europeias e de outros fóruns democráticos", começou por explicar.
Sampaio usou depois o exemplo do país para mostrar como o mundo pode lidar com os desafios da atualidade.
"Ainda assim, em 1974, tivemos a nossa revolução democrática e grandes mudanças foram introduzidas, trazendo esperança e um futuro mais brilhante para o povo português", disse.

Sampaio teve em seguida uma palavra para os países de língua oficial portuguesa, assumindo-se "orgulhoso por metade dos primeiros recipientes do prémio ONU falar português." Assim, disse, não é apenas em Portugal que este prémio encontra ressonância, mas em todo mundo, através do Brasil, Moçambique, Angola, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau e Timor-Leste.
"Deixem-me prestar tributo a todos os membros da nossa família que fala português e que aqui está hoje e celebrar a nossa união na nossa diversidade", disse Sampaio. Grande parte do discurso de Jorge Sampaio foi, aliás, dedicada aos agradecimentos.
"Este prémio é-me apenas confiado. É por isso que gostava de falar por todas as pessoas que conheci a volta do mundo e com quem tive o privilégio de trabalhar", disse, nomeando organizações e pessoas que "são os verdadeiros nomeados deste prémio e os companheiros de Nelson Mandela na longa caminhada para a liberdade e justiça."
Presidente da República durante 10 anos (1996 a 2006), foi também presidente da Câmara de Lisboa. De 2006 a 2012 foi enviado especial da ONU na luta contra a tuberculose.
Nos últimos anos tem investido numa iniciativa para fornecer subsídios de emergência para que estudantes sírios possam continuar os seus estudos, apesar da guerra na Síria, a chamada "Plataforma Global de Assistência Académica de Emergência a Estudantes Sírios".

Grande discurso de Jorge Sampaio - evocou a ESPERANÇA - que as minhas  avós evocavam sempre a "esperança" que elas tinham para o sustento  da casa a esperança da alegria.

Obrigado Jorge Sampaio por ter evocado os nossos irmãos noutra paragens - alguns deles vivamos com eles 5 séculos - não é brinquedo - faltou referir o  Sri Lanca - antigo Ceilão - eles esperam por nós.

Obrigado mais uma vez - a nossa alma não é pequena

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