PSD/CDS e PS sentaram-se à mesa com uma missão: desbloquear um
compromisso que ganranta estabilidade ao próximo governo. Passos
esperava receber um “caderno de encargos” de Costa. E o líder do PS foi à
São Caetano à Lapa na expectativa de ouvir as propostas da coligação. O
que era para ser um diálogo construtivo – à volta de propostas e de
soluções – acabou por deixar a coligação à beira de um ataque de nervos e
os socialistas com a convicção de que, para já, jogam no tabuleiro da
esquerda e da direita.
Na coligação há uma certeza: Costa está apostado em fazer uma demonstração de força – num momento que se segue à derrota eleitoral – alimentando o namoro com PCP e BE. “É pura táctica”, relativiza um dirigente da coligação. “Os PS está a fazer oscilações à esquerda e à direita num momento em que o seu líder está sem força política. Isso é arriscado e vai afectar a sua credibilidade mais cedo ou mais tarde”, acrescenta o mesmo dirigente ao i.
O ‘sim’ do PCP a um governo de esquerda fez soar os alarmes esta semana na aliança PSD/CDS – mesmo que Paulo Portas durante a campanha tenha avisado a coligação de que este era um cenário bem provável, sabe o i. E o secretário-geral dos socialistas fez questão de lembrar na reunião de ontem com a direita que o diálogo à esquerda (com o PCP, leia-se) está bem encaminhado. Aliás, à saída do encontro, Costa aproveitou para manter o fantasma do acordo à esquerda a pairar pelos lados da Lapa. “Com o PCP foi imediatamente possível partir para o diálogo sobre propostas em concreto”, afirmou, depois de acusar PSD e CDS de não terem apresentado propostas nem os termos do acordo que desejam.
Passos insistiu na disponibilidade do PSD e do CDS para acolherem propostas do PS. Aliás, a disponibilidade é tanta que o líder dos sociais-democratas – depois de também acusar Costa de chegar à reunião sem propostas – garantiu que a coligação não tem linhas vermelhas, a não ser recusar medidas que possam fazer o défice disparar. Passos admitiu ainda que está disponível a acelerar o fim dos cortes nos salários e na sobretaxa do IRS ou até mesmo a incluir o PS no novo Executivo, que a coligação espera que tome posse até ao final do mês.
Mas o pingue-pongue mantém-se entre a coligação e PS que parecem ter entrado numa situação de bloqueio. Costa quer fazer crer à coligação que PSD e CDS juntos já não estão em maioria no Parlamento e, como tal, precisam de se adaptar à nova realidade. “Neste momento há um novo quadro parlamentar. PSD e CDS têm o ónus de criar as condições para a governabilidade”, sublinhou António Costa.
Passos responde com a abertura: “Cabe à coligação apresentar abertura para acolher outras propostas. Não compete à coligação”, clarificou.
No final da reunião que durou cerca de três horas, António Costa sintetizou: foi um encontro “inconclusivo”. Só não ficou“desiludido” porque chegou à sede do PSD sem “ilusões”. Ainda assim, aceitou agendar uma nova data: terça-feira. Passos prometeu ser mais “atrevido”. Isto é, olhar para as propostas do PS e para o programa eleitoral do PS para avaliar com os socialistas a sua exequibilidade. Costa, depois de um encontro com o Partido Ecologista ‘Os Verdes’, já ao final da tarde, disparou: “Não é preciso ser atrevido, basta um exercício”.
Para o encontro de terça-feira são esperados progressos na diálogo. Segundo o “Observador”, Maria Luís Albuquerque, ministra das Finanças, vai encontrar-se com Mário Centeno, economista responsável pelo estudo macro-económico através do qual foi desenhado o programa do PS, para entregar toda a informação orçamental que o PS solicitar. Ainda de acordo com o jornal digital, na segunda-feira seguem para a sede do PS as propostas que a coligação quer ver debatidas na terça.
Se o encontro de ontem foi gerido com pinças na coligação, dada a alta sensibilidade, o de terça-feira será uma espécie de tudo ou nada, onde se começarão a clarificar posições. O de ontem foi de má memória, tendo em conta que PSD/CDS ficaram à beira de um ataque de nervos. A ordem na coligação é para conter e não hostilizar o diálogo até que sejam lidas as intenções de Costa.
Sem maioria no parlamento, PSD e CDS sabem que não podem chegar a Belém sem um acordo que inclua o PS. Cavaco Silva, que tem no acto de dar posse ao próximo governo o seu último grande momento político, não quer ficar para a História como o Presidente da República que não foi ouvido pelos partidos.
Mas se Cavaco dá todo o tempo do mundo a Passos, como líder do partido mais votado, para encontrar uma solução de governo “estável e duradouro”, a coligação quer arrumar as legislativas o mais rápido possível: os mercados esperam uma clarificação, há um Orçamento do Estado para apresentar e os candidatos às presidenciais de Janeiro
querem monopolizar a agenda mediática.
Na coligação há uma certeza: Costa está apostado em fazer uma demonstração de força – num momento que se segue à derrota eleitoral – alimentando o namoro com PCP e BE. “É pura táctica”, relativiza um dirigente da coligação. “Os PS está a fazer oscilações à esquerda e à direita num momento em que o seu líder está sem força política. Isso é arriscado e vai afectar a sua credibilidade mais cedo ou mais tarde”, acrescenta o mesmo dirigente ao i.
O ‘sim’ do PCP a um governo de esquerda fez soar os alarmes esta semana na aliança PSD/CDS – mesmo que Paulo Portas durante a campanha tenha avisado a coligação de que este era um cenário bem provável, sabe o i. E o secretário-geral dos socialistas fez questão de lembrar na reunião de ontem com a direita que o diálogo à esquerda (com o PCP, leia-se) está bem encaminhado. Aliás, à saída do encontro, Costa aproveitou para manter o fantasma do acordo à esquerda a pairar pelos lados da Lapa. “Com o PCP foi imediatamente possível partir para o diálogo sobre propostas em concreto”, afirmou, depois de acusar PSD e CDS de não terem apresentado propostas nem os termos do acordo que desejam.
Passos insistiu na disponibilidade do PSD e do CDS para acolherem propostas do PS. Aliás, a disponibilidade é tanta que o líder dos sociais-democratas – depois de também acusar Costa de chegar à reunião sem propostas – garantiu que a coligação não tem linhas vermelhas, a não ser recusar medidas que possam fazer o défice disparar. Passos admitiu ainda que está disponível a acelerar o fim dos cortes nos salários e na sobretaxa do IRS ou até mesmo a incluir o PS no novo Executivo, que a coligação espera que tome posse até ao final do mês.
Mas o pingue-pongue mantém-se entre a coligação e PS que parecem ter entrado numa situação de bloqueio. Costa quer fazer crer à coligação que PSD e CDS juntos já não estão em maioria no Parlamento e, como tal, precisam de se adaptar à nova realidade. “Neste momento há um novo quadro parlamentar. PSD e CDS têm o ónus de criar as condições para a governabilidade”, sublinhou António Costa.
Passos responde com a abertura: “Cabe à coligação apresentar abertura para acolher outras propostas. Não compete à coligação”, clarificou.
No final da reunião que durou cerca de três horas, António Costa sintetizou: foi um encontro “inconclusivo”. Só não ficou“desiludido” porque chegou à sede do PSD sem “ilusões”. Ainda assim, aceitou agendar uma nova data: terça-feira. Passos prometeu ser mais “atrevido”. Isto é, olhar para as propostas do PS e para o programa eleitoral do PS para avaliar com os socialistas a sua exequibilidade. Costa, depois de um encontro com o Partido Ecologista ‘Os Verdes’, já ao final da tarde, disparou: “Não é preciso ser atrevido, basta um exercício”.
Para o encontro de terça-feira são esperados progressos na diálogo. Segundo o “Observador”, Maria Luís Albuquerque, ministra das Finanças, vai encontrar-se com Mário Centeno, economista responsável pelo estudo macro-económico através do qual foi desenhado o programa do PS, para entregar toda a informação orçamental que o PS solicitar. Ainda de acordo com o jornal digital, na segunda-feira seguem para a sede do PS as propostas que a coligação quer ver debatidas na terça.
Se o encontro de ontem foi gerido com pinças na coligação, dada a alta sensibilidade, o de terça-feira será uma espécie de tudo ou nada, onde se começarão a clarificar posições. O de ontem foi de má memória, tendo em conta que PSD/CDS ficaram à beira de um ataque de nervos. A ordem na coligação é para conter e não hostilizar o diálogo até que sejam lidas as intenções de Costa.
Sem maioria no parlamento, PSD e CDS sabem que não podem chegar a Belém sem um acordo que inclua o PS. Cavaco Silva, que tem no acto de dar posse ao próximo governo o seu último grande momento político, não quer ficar para a História como o Presidente da República que não foi ouvido pelos partidos.
Mas se Cavaco dá todo o tempo do mundo a Passos, como líder do partido mais votado, para encontrar uma solução de governo “estável e duradouro”, a coligação quer arrumar as legislativas o mais rápido possível: os mercados esperam uma clarificação, há um Orçamento do Estado para apresentar e os candidatos às presidenciais de Janeiro
querem monopolizar a agenda mediática.

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