Nas legislativas não conseguiu ser eleita para a bancada parlamentar do PS, mas chega agora ao Governo de António Costa. “Representar as pessoas com deficiência” é o seu objetivo, revela ao Expresso Ana Sofia Antunes, a nova secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência.
No período de pré-campanha chamou a atenção da imprensa. Caso fosse eleita, a Assembleia da República abriria, pela primeira vez, as suas portas a uma deputada cega. Mas apesar de estar numa posição elegível na lista do PS para o círculo de Lisboa, não conseguiu ser eleita, ficando a um lugar de entrar no Parlamento.
Agora, com a chegada de António Costa à governação, Ana Sofia Antunes ficará para sempre na história, como a primeira secretária de Estado cega.
Formada em Direito, a nova responsável para a Inclusão de Pessoas com Deficiência tem 34 anos e durante vários anos trabalhou na Câmara de Lisboa, ‘ao lado’ de Costa. Assessorou o vereador da Mobilidade na autarquia e exerceu também funções de assessoria jurídica.
Atualmente, Ana Sofia Antunes presidia à Associação dos Cegos e Amblíopes e era provedora do cliente na Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL).
Nunca gostou da expressão invisual
Cega ou deficiente visual são palavras com outra força de reconhecimento. Portugal é “um país que não respeita os seus deficientes, não tem respeito por si próprio”, disse em entrevista ao Público no período pré-eleitoral.
“Nós, ao contrário de outros países europeus, nunca tivemos pessoas com deficiência a ocupar cargos como deputados ou no Governo””, uma lacuna que “diz muito” sobre o nosso país.
Por isso prometeu que se fosse eleita tinha já duas propostas na calha: bater-se pelas medidas compensatórias dos custos de deficiência e pela criação de uma lei de bases da vida independente. “Se tenho uma deficiência motora, não tenho culpa de ter nascido com esta característica”, disse Ana Sofia Antunes.


Sem comentários:
Enviar um comentário