domingo, fevereiro 28, 2016

Assunção Cristas admite Governo com PSD e PS sem Costa - SONOROS RISUS

Aos 41 anos, Assunção Cristas prepara-se para ser eleita presidente do CDS no Congresso que decorre em Gondomar a 12 e 13 de Março. Tem pela frente a tarefa de afirmar-se como líder, depois de Paulo Portas ter determinado as últimas duas décadas da vida do partido. E também de afirmar o CDS como partido autonomia do PSD depois de quatro anos de Governo, no qual foi ministra da Agricultura
Disse que o CDS é o partido mais bem posicionado para cimentar o crescimento do centro-direita. Não é muito ambicioso querer colocar-se à frente do PSD?
Devermos ter a ambição de oferecer o melhor para o nosso país. Estou convicta de que o CDS pode ter as melhores ideias e os melhores protagonistas, sendo meu dever ter forte ambição.
Essa ambição passa por um crescimento isolado? O CDS tenciona ir sozinho às legislativas?
É importante para o centro-direita em Portugal que o CDS vá sozinho às legislativas. Creio que é importante para nós e também é importante para o PSD. Os dois partidos precisam de se sedimentar, precisam de crescer para que possamos ter um bloco forte, para ter um maior nível de deputados no Parlamento.
Não foi precipitado fazer esse anúncio agora quando não se sabe quando irá haver eleições?
Penso que temos de distinguir cenários. Há um cenário que é haver uma outra qualquer solução política dentro do actual quadro parlamentar que passa pelo PSD e pelo CDS que foram a votos em conjunto. Isso é uma hipótese. Outra hipótese é novas eleições. Quando me perguntam se o CDS deve ir sozinho, a resposta é bastante inequívoca. Não quer dizer que que numa hipotética hipótese no actual quadro parlamentar poder haver um governo PSD e CDS, como seria expectável no início e depois não aconteceu, pelas razões que todos conhecemos, aí obviamente que o CDS cumprirá aquilo que foi um trabalho conjunto com o PSD. Espero nessa matéria não estar a ser equívoca.
O CDS vai sozinho às eleições autárquicas?
Em relação às autárquicas é diferente. Aquilo que eu planeio deixar escrito na moção é que o objectivo do CDS deve ser reforçar a sua presença no território. Saber se vamos sozinhos, em conjunto, ou com quem é que vamos é uma matéria que deve nascer de um diálogo intenso com as estruturas do partido, porque as situações são muito diferentes. Temos situações em que governamos sozinhos – são poucas mas são cinco – temos situações em que governamos fazendo parte de uma coligação com o PSD, em que governamos em coligação com um independente, caso do Porto, por exemplo. Haverá certamente uma grande de diversidade de soluções.
O que pode ser a solução de Governo com o PSD no quadro parlamentar. Em que situação é que isso pode acontecer?
Ninguém pode afastar a hipótese de este governo, em dado momento, não correr bem e, se isso vier a acontecer, António Costa sair da liderança do PS. Não acho provável, acho até muito improvável porque quem chega ao poder desta maneira também facilmente não sairá. Em todo o caso, a acontecer, porque não o PSD e o CDS serem de novo chamados a formar um Governo que certamente teria de contar com algum apoio de um novo PS, mas com uma nova liderança. Acho que isso não se pode excluir à partida.
Quando a ouve falar agora não vê grandes expectativas de que este Governo cumpra a legislatura.
Não tenho nenhuma certeza sobre essa matéria e também não tenho nenhuma expectativa. Quando me perguntam digo sempre que temos de estar preparados para tudo. Pode durar seis meses ou quatro anos e eu não sei, nem sequer tenho um palpite firme. Falo com muita e a opinião mais consistente é que ninguém sabe e ninguém arrisca. Num quadro destes, o CDS tem de estar sempre preparado para qualquer cenário. E estar preparado é fazer o trabalho de casa, ter bons protagonistas e saber que podemos ter eleições ou fazer parte de um Governo.
Essas suas hipóteses não incluem possibilidades de consensos com o PS? O primeiro-ministro tem feito apelo aos partidos à direita.

Eu não reconheço ao primeiro-ministro sequer autoridade moral e política para apelar a consensos. Eu estive nas reuniões depois das eleições em que o primeiro-ministro tinha perdido as eleições redondamente com 32%, o mesmo valor com que tinha corrido com o seu antecessor que, na altura tinha ganho as eleições, as anteriores. Uma pessoa que quando está na situação de poder gerar consensos, reconhecendo o vencedor das eleições, não o faz, e depois, numa posição minoritária, ainda mais minoritária, tendo preferido e tendo optado por conversar com as esquerdas, se isso não correr bem, querer virar-se para a direita, eu acho que nós podemos falar de consensos, mas ele não pode.A candidata à liderança do CDS quer afirmar o partido com um discurso e estratégia próprios. Não hesita em defender a necessidade da continuação da reforma do Estado. Garante que é preciso “carreiras mais bem remuneradas no topo” para “captar e manter dirigentes” na administração pública.






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