terça-feira, fevereiro 23, 2016

"Já ouvi o primeiro-ministro dizer que o PSD quer acabar com o 13.º mês, mas nós nunca falámos disso e é um disparate."


12 Awesome GIFs That are Like Gifts From the Internet GodsA TAP pode ser o próximo foco de tensão na ‘geringonça’. BE, PCP e PEV vão insistir na reversão da privatização, mas no governo preferia-se manter o negócio que garante ao Estado 50% do capital da companhia aérea e um presidente do conselho de administração com direito de veto.


Problemas com os primos O parecer da Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) conhecido na sexta-feira abre a porta para uma anulação do negócio assinado por Passos Coelho que vai ao encontro das pretensões dos partidos mais à esquerda. Mas o parece pode ser uma dor de cabeça para o governo por motivos financeiros, já que manter a TAP totalmente nas mãos do Estado tem custos elevados.

“A TAP pode dar problemas com os primos”, comenta-se entre os socialistas que se referem a bloquistas e comunistas como “primos” desde que BE e PCP assinaram os acordos para apoiar o governo do PS no Parlamento.

Foi, de resto, cautelosa a reação inicial do ministro da tutela Pedro Marques à notícia do parecer da ANAC que, no fundo, veio confirmar a tese do governo de que o negócio assinado por Passos está longe de ser à prova de bala. “Vamos ter de analisar”, reagiu Pedro Marques à margem das jornadas parlamentares do PS em Vila Real, defendendo que “um parecer desta importância para o futuro da TAP merece uma análise detalhada”.

A análise que terá de ser feita é a de se saber se é possível manter o acordo assinado por António Costa com Humberto Pedrosa e David Neelman depois de a ANAC ter concluído que o consórcio não cumpre as regras de Bruxelas que estipulam que o controlo maioritário deve estar em mãos europeias. Como a ANAC entende que é Neelman e não Pedrosa quem controla a empresa, o negócio não é considerado válido.

Mas no governo ainda há a expectativa de a solução de o Estado ter 50% do capital e direito de veto poder estar conforme estas normas. “A recomposição estratégica da empresa a partir do memorando que foi assinado vai agora avançar com a devida análise e tendo em conta o parecer do regulador naquilo que são aspetos para o futuro da TAP”, explicou Pedro Marques em Vila Real.

No BE, no PCP e no PEV este parecer é, contudo, visto como a forma ideal de desfazer o negócio por completo. À TSF, o deputado bloquista Heitor Sousa afirmou mesmo que o governo deve agora “valorizar muito bem a decisão da ANAC e repensar inclusivamente o próprio processo de renegociação da participação no capital social da empresa”.

Uma posição partilhada pelo comunista Bruno Dias que considerou aos microfones da mesma rádio que as “irregularidades graves” detetadas “vêm colocar em questão o conjunto das decisões anunciadas e dos negócios anunciados.”
O assunto foi também analisado no conselho nacional do PEV, onde os Verdes defenderam que “se é um processo ilegal, a sua anulação seria o caminho mais correto”.

Solução à direita? Com as posições à esquerda a puxar pela nacionalização, a solução pode estar no PSD. O precedente foi aberto com a resolução do Banif e o Orçamento Retificativo que a permitiu. Agora, pode ser a forma para dar a volta à falta de entendimento à esquerda sobre o tema.

É que a ‘geringonça’ não quer ficar limitada à esquerda, como já apontou este fim-de-semana Eduardo Ferro Rodrigues, num discurso nas jornadas parlamentares que serviu para frisar que “há várias combinações possíveis” além da que une PS, BE, PCP e PEV.

“Estou, aliás, convencido de que as mudanças de lideranças no CDS e as mudanças de posicionamento ideológico anunciadas pelo PSD são já o prenúncio de que este novo tempo político veio para ficar”, argumentou o presidente da Assembleia da República, que lembrou mesmo as votações do Retificativo e da Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES) para ilustrar as novas alianças possíveis.

Para Ferro, a “dialética parlamentar” entre a esquerda e a direita “prevalecerá naturalmente nas propostas de Orçamentos”, mas pode ser ultrapassada  noutras matérias, sobretudo para resolver “problemas estruturais” do país.


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"Despeço-me com amizade até ao próximo programa".

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