Paula Teixeira da Cruz fala do rato morto que lhe enviaram e de lhe terem apontado um laser à cabeça, entre outro episódios
A antiga ministra da Justiça disse ter sido ameaçada, perseguida e agredida durante os anos em que esteve no Governo, em entrevista à edição de hoje da revista Sábado. Paula Teixeira da Cruz nunca apresentou queixa formal, mas fala dos vários episódios dramáticos que viveu a partir de 2012: apontaram-lhe um laser à cabeça, dispararam tiros na casa da filha, ter-lhe-ão entrado em casa e até lhe terão feito golpes nos braços.
"O que eu tive de ter foi força para não deixar intimidar-me, não alterar a minha vida, não ter medo, nada disso", comentou Paula Teixeira da Cruz à Sábado.
Em março de 2012 deu-se um dos primeiros episódios: a então ministra da Justiça estava a jantar em casa com uns amigos quando, de repente, um laser vermelho lhe foi apontado à cabeça. "Não digo que na primeira vez não me tenha impressionado. Mas assustada, assustada, não fiquei", garantiu à publicação a antiga ministra, que também recebeu um rato morto dentro de um envelope que lhe foi enviado para a Assembleia da República.
Nesse mesmo ano, quando certa noite chegou a casa deparou-se com as luzes acesas, televisão ligada, janelas entreabertas. Nem irmã nem filha lá tinham ido, mas a segurança não detetou a presença de ninguém nem de objetos roubados.
Ainda em 2012, deu-se um incidente com a filha: marcas de balas na porta de acesso à sua casa. A Polícia Judiciária esteve no local.
No ano seguinte, um caso dramático: Paula Teixeira da Cruz foi encontrada em casa pela irmã com vários golpes na zona interior do braço direito e no exterior do braço esquerdo, conta a revista. A então ministra estaria confusa e terá dito à irmã que adormecera no sofá e que acordara com os golpes. Mas, segundo a Sábado, lembrava-se de ter visto um vulto. "O corte mais profundo foi no braço esquerdo e eu sou canhota", afirmou, para dizer que não se feriu a si própria.
Já em janeiro de 2014, Paula Teixeira da Cruz foi encontrada desmaiada em casa, cuja porta estava aberta. Os amigos detetaram um cheiro estranho no ar, mas não o conseguiram identificar.
Desde que saiu do governo, "aconteceu uma ou outra coisa, mas acabou tudo por desaparecer", disse a antiga responsável pela pasta da Justiça, que ao longo de todo este processo nunca pediu reforço da segurança nem apresentou queixa formal. "Acho que estas coisas quando têm de acontecer acontecem", justificou.
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