O presidente do Novo Banco, Stock da Cunha, admitiu esta terça-feira no Parlamento que o despedimento colectivo na instituição irá abranger cerca de 150 trabalhadores, uma vez que espera que 350 aceitem sair por rescisões amigáveis.
Ouvido na Comissão do Trabalho e da Segurança Social, Stock da Cunha adiantou que "o processo de rescisão de mútuo acordo em cima da mesa abrange 350 pessoas em Portugal”.
“Face às respostas, posso dizer que, para já, o número que terá de ser abrangido pelo despedimento colectivo será no máximo de 150”, acrescentou o presidente do banco. Apesar de afirmar que não está satisfeito com o nível de adesões ao plano de rescisões voluntárias, que para evitar o despedimento colectivo deveria ser aceite por 500 trabalhadores, Stock da Cunha não deixou de encarar o resultado conseguido “um alívio".
O responsável recordou que, segundo o plano de reestruturação acordado entre as autoridades portuguesas e a Comissão Europeia, o Novo Banco tem de reduzir em 1000 efectivos e de cortar em 150 milhões de euros os custos operativos.
No entanto, como parte significativa já saiu, nomeadamente através de um programa de reformas antecipadas, e a venda de unidades no estrangeiro implicará também a redução de pessoal, faltam efectivamente sair cerca de 500 colaboradores.
Stock da Cunha fez questão de referir que o número de trabalhadores que sairão em despedimento colectivo será inferior aos números inicialmente referidos publicamente, acrescentando ainda que a instituição está a levar a cabo este processo de redução de efectivos ao mesmo tempo que corta outros custos.
"Antes de cortarmos em pessoas, cortamos em gastos supérfluos. O ano passado, os custos do Novo Banco baixaram 13% e os custos com pessoal (excluindo reestruturações) baixaram 8%", afirmou Stock da Cunha.
Apesar de dizer que este processo de reestruturação foi imposto por Bruxelas, Stock da Cunha afirmou também que o conselho de administração que dirige concorda com ele, uma vez que é "necessário garantir a viabilidade da terceira maior instituição financeira portuguesa".
O Novo Banco foi criado no início de agosto de 2014 na sequência da resolução do Banco Espírito Santo (BES) como banco de transição, detido na totalidade pelo Fundo de Resolução bancário. Este tem de ser alienado no máximo até Agosto de 2017, depois de a Comissão Europeia ter estendido por um ano a data para a sua alienação. Neste momento, está a ter início a segunda tentativa de venda da instituição, que contou com uma injecção de capital de 4900 milhões de euros, dos quais 3900 milhões são dinheiro público.
A instituição teve prejuízos de 980,6 milhões de euros em 2015, justificando mais de metade do prejuízo ainda com o 'legado' do BES. Quanto ao resultado operacional (antes de impostos, imparidades e provisões), esse foi positivo em 125 milhões de euros em 2015.
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