A estatistica é como o Biquini :- o que mostra é sugestivo :- o que esconde é vital
Com boa disposição, como sempre e vai dar uma "banhoca" sem crocodilos
Durante o voo para Moçambique, a cabeça do Presidente ainda estava na Europa e nas conversas que manteve em Roma com o Presidente italiano. E por isso desabafou algum pessimismo em relação ao futuro
Foi a bordo do A-380 da TAP que transportou o Presidente da República para Maputo que Marcelo Rebelo de Sousa transmitiu as suas preocupações sobre a situação europeia e internacional. Numa conversa com os jornalistas, o Chefe de Estado adiou qualquer declaração sobre Moçambique para quando aterrasse. Sublinhou a total sintonia entre o seu pensamento e o do seu homólogo italiano com quem reuniu em Roma durante uma visita relâmpago à capital italiana.
O estado de espírito de Marcelo pode resumir-se numa única frase: o mundo não está fácil e a Europa não está fácil. E talvez tenha sido esta constatação que levou o Presidente a desabafar, logo no início da viagem que, ao contrário do que é seu costume, não está particularmente otimista quanto ao futuro. Por um lado, as economias europeias não crescem muito nem criam emprego e isso abre caminho a discursos xenófobos e populistas. Por outro há muitas eleições na Europa durante os próximos 12 meses - Espanha e referendo no Reino Unido em 2016 e Alemanha e França em 2017 -, o que significa um grande compasso de espera para conhecer o sentir das opiniões públicas.
Mas o que mais aflige Marcelo é a evolução da situação grega e da sua convivência com os parceiros europeus. Reconhecendo que "os contactos institucionais entre Atenas e a União Europeia estão suspensos", o Presidente da República veio no entanto desmentir que tenha existido qualquer pedido por parte de quem quer que fosse para que se realize uma cimeira extraordinária da zona euro para tratar o caso grego. Mas, a verdade é que, depois da declaração de esperança no futuro próximo que afirmou durante a deslocação a Roma, Marcelo está agora mais pessimista. E isso nota-se no tom e na forma como fala.
A União Europeia está submersa em dificuldades que lhe retiram tempo para resolver questões mais estruturais. Ainda assim, esta acumulação de problemas pode ser benéfica para Portugal uma vez que alivia o dramatismo da nossa posição no contexto europeu. Ainda que a fragilidade em algumas economias de países de destino para as exportações portuguesas possa trazer complicações à economia nacional. Mas isso é assunto sobre o qual Marcelo não quer alongar-se. Muito menos estando fora do país.
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