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dvogados de Sócrates desmentiram logo no início da madrugada qualquer envolvimento do ex-primeiro com offshores
| ESTELA SILVA/LUSA
Investigação do Expresso/TVI aponta para uma ligação entre o "saco azul" do GES no Panamá e a investigação do Ministério Público ao caso Sócrates
As transferências bancárias na mira da investigação do chamado "caso Sócrates", da Operação Marquês, foram feitas a partir da Espírito Santo Enterprises, através de offshores. A revelação feita pelo semanário Expresso este sábado parte da investigação jornalística dos Papéis do Panamá.
Segundo o Expresso, em causa estão pagamentos de 12,5 milhões de euros. Na Operação Marquês, o Ministério Público investiga o circuito do dinheiro que foi parar às contas na Suíça de Carlos Santos Silva, o amigo de José Sócrates também arguido no processo. Os investigadores acreditam que esse dinheiro se destinava a pagar "luvas" ao ex-primeiro-ministro como contrapartida de decisões, designadamente para a aprovação da nova fase de desenvolvimento do empreendimento de Vale do Lobo, no Algarve.
O "trânsito" do dinheiro, ainda segundo o Expresso, passa por Hélder Bataglia, empresário luso-angolano presidente e fundador da empresa Escom.
Na Operação Marquês, como o DN noticiou, o Ministério Público enviou para Angola uma carta rogatória para constituir arguido o empresário. E segundo o Observador, nessa carta solicita-se que no interrogatório a Bataglia se esclareça a origem dos referidos 12,5 milhões de euros.
Já no início da madrugada deste sábado, a defesa de José Sócrates reagiu à manchete do Expresso, afirmando em comunicado que as suspeitas do envolvimento do antigo governante com offshores do Panamá são "infundadas, abusivas e caluniosas".
"O Engenheiro José Sócrates não tem, nem nunca teve, diretamente ou indiretamente, designadamente através de offshores, qualquer relação negocial com o Senhor Hélder Bataglia", escrevem os advogados de Sócrates.
A existência do "saco azul" do Grupo Espírito Santo em offshores tinha sido avançada pelo semanário na semana passada, sem que no entanto se fizesse qualquer relação com a Operação Marquês.
'Saco azul' do Grupo Espírito Santo mantido em segredo mais de Espírito Santo Entreprises era gerida pela Mossack Fonseca desde 2007. Informação foi omitida à comissão de inquérito ao BES
A empresa mais misteriosa do Grupo Espírito Santo (GES), suspeita de ser "um gigantesco saco azul", foi mantida em segredo durante mais de 21 anos, noticia o Expresso e a TVI, no âmbito do escândalo dos Papéis do Panamá.
Na edição de hoje, o Expresso, que integra o Consórcio Internacional de Jornalistas, juntamente com a TVI, avança que a Espírito Santo Enterprises foi criada em 1993 e que "Ricardo Salgado e José Manuel Espírito Santo não disseram a verdade à comissão parlamentar de inquérito do BES".
O semanário explica que os documentos em causa têm estado a ser analisados pelo Expresso e pela TVI, numa investigação conjunta com o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ), responsável por coordenar uma investigação global a partir de uma fuga de informação de uma das maiores operadoras de 'offshores' [paraísos fiscais] do mundo, a Mossack Fonseca.
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