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Antigo primeiro-ministro pede que Estados façam ofertas firmes de diversos tipos de ajuda e se disponham a receber e reinstalar mais refugiados
António Guterres, antigo primeiro-ministro e ex-alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados
| REUTERS/DENIS BALIBOUSE
Antigo primeiro-ministro pede que Estados façam ofertas firmes de diversos tipos de ajuda e se disponham a receber e reinstalar mais refugiados
O antigo primeiro-ministro António Guterres advertiu hoje que a Cimeira Humanitária Mundial tem de assumir com urgência compromissos firmes na ajuda aos refugiados, alegando que o mundo está a assistir a uma multiplicação de situações dramáticas.
Este aviso foi deixado pelo ex-alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) em declarações aos jornalistas proferidas à margem dos trabalhos da Cimeira Humanitária Mundial, que termina terça-feira em Istambul.
"O mundo está a assistir a uma multiplicação de situações humanitárias dramáticas, quer por causa de conflitos, quer em consequência de catástrofes naturais. Por todas estas razões, é essencial que haja um despertar de consciências e que os diferentes Estados possam fazer ofertas firmes de diversos tipos de ajuda, designadamente ajudas financeiras às vítimas e aos países que as apoiam na linha da frente, caso dos vizinhos da Síria e da Somália", declarou António Guterres.
O antigo primeiro-ministro português classificou também como essencial que os países se disponham a receber e reinstalar mais refugiados, que exista "uma maior solidariedade" e que haja a partir de agora capacidade de se assumir "uma responsabilidade coletiva em relação às trágicas situações que estamos vivendo".
"Espero que esta cimeira dê um grande impulso ao assumir esses compromissos - e depois que esses compromissos sejam cumpridos", disse.
Questionado sobre a possibilidade de as conclusões da cimeira poderem não passar de boas intenções, pouco sendo depois concretizado, António Guterres referiu que "esse é o risco de todas as cimeiras".
"Esse é o risco da vida política internacional de não haver vontade política para assumir uma responsabilidade conjunta em relação a dramas de natureza global", acentuou.
Neste contexto, o candidato a secretário-geral das Nações Unidas deixou um elogio à atuação do Governo português em matéria de refugiados.
Dois países são membros do Conselho de Segurança da ONU, que fará uma votação informal sobre candidatos a secretário-geral das Nações Unidas
O primeiro-ministro português tem esta segunda-feira reuniões bilaterais com o Presidente ucraniano e com o chefe da diplomacia neozelandesa, para sensibilizá-los para os objetivos da candidatura de António Guterres ao cargo de secretário-geral das Nações Unidas, apesar dos neozelandeses terem, por sua vez, também uma candidata no terreno, Helen Clark.
Fonte do executivo português disse à agência Lusa que estes encontros bilaterais de António Costa vão ocorrer à margem dos trabalhos da Cimeira Humanitária das Nações Unidas, que decorre até terça-feira em Istambul, na qual o ex-alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados, António Guterres, também está presente, integrando a comitiva oficial de Portugal.
Além de outras conversações de caráter mais informal, ao longo da manhã desta segunda-feira, António Costa vai reunir-se com o Presidente da República da Ucrânia, Petro Poroshenko, e com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Nova Zelândia, Murray McCully.
Ucrânia e Nova Zelândia são dois dos países-membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas, cujos embaixadores farão provavelmente a 25 de julho uma primeira votação informal sobre os diferentes candidatos ao lugar de secretário-geral das Nações Unidas.
Nessa votação, que está a ser preparada diplomaticamente pelo executivo português, cada embaixador dos países que fazem parte do Conselho de Segurança das Nações Unidas pronuncia-se em relação a cada um dos candidatos ao cargo de secretário-geral, deixando uma de três indicações possíveis: "Encorajamento", "desencorajamento" ou "indiferença". No fundo, é um voto que serve mais para deixar pelo caminho candidatos do que os apoiar, como já explicaram fontes diplomáticas ao DN.
A ideia do executivo português é que o seu antigo primeiro-ministro socialista, António Guterres, consiga obter logo aí o máximo possível de indicações de "encorajamento", de forma a colocar-se na primeira linha de candidatos com possibilidades reais de disputar o lugar de secretário-geral das Nações Unidas, um facto que é expectável, depois de audições informais aos candidatos realizadas em abril, segundo avançaram então fontes conhecedoras do processo junto da Reuters.
Além dos cinco membros permanentes (Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido), fazem agora parte do Conselho de Segurança das Nações Unidas o Egito, Senegal, Japão, Uruguai, Ucrânia, Espanha, Nova Zelândia, Malásia, Angola e Venezuela.
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