terça-feira, julho 19, 2016

Melania Trump acusada de copiar discurso de Michelle Obama / Trump diz que ganha as eleições mesmo sem o apoio do partido

A estatistica é como o Biquini :- o que mostra é sugestivo :- o que esconde é vital


Partes do discurso da mulher de Donald Trump são muito semelhantes a partes do discurso que a mulher de Obama proferiu há oito anos
O discurso da mulher de Donald Trump, ontem, na convenção do partido republicano, em Cleveland, tornou-se no momento-chave do primeiro dia do evento. Melania Trump parece ter-se inspirado no discurso proferido há oito anos por Michelle Obama, na convenção dos democratas. Em pelo menos dois parágrafos, a antiga modelo de origem eslovena, reproduz as ideias apresentadas pela mulher do atual presidente norte-americano
"O Barack e eu crescemos com muitos valores iguais: que temos de trabalhar muito pelo que queremos na vida; que a nossa palavra é o nosso vínculo e que temos de fazer aquilo que dizemos que vamos fazer; que temos de tratar as pessoas com dignidade e respeito, mesmo se não as conhecermos, e mesmo que não concordemos com elas", afirmou em 2008 Michelle Obama.
Ontem, Melania Trump disse algo muito semelhante: "Os meus pais incutiram-me os valores de que é preciso trabalhar muito para alcançarmos o que queremos na vida. Que a nossa palavra é o nosso vínculo e que fazemos aquilo que dizemos e mantemos as nossas promessas, que tratamos as pessoas com respeito".
Mas há mais semelhanças. "Temos de transmitir essas lições às gerações seguintes, porque queremos que os nossos filhos nesta nação saibam que o único limite àquilo que podem alcançar é a força dos seus sonhos e a sua vontade de trabalhar para alcançá-los", afirmou Melania.
"Eu e o Barack construímos as nossas vidas guiados por estes valores, e passámo-los à geração seguinte, porque queremos que os nossos filhos, e todos os filhos nesta nação, saibam que o único limite para o que podem conquistar é o alcance dos seus sonhos e a sua vontade de trabalhar para concretizá-los", havia dito Michelle Obama há outo anos.
Antes do discurso na abertura da convenção republicana, a mulher de Donald Trump havia dito à NBC que fora ela a escrevê-lo "com a menor ajuda possível". Agora, confrontada com as semelhanças, a equipa de Trump tenta justificar as coincidências.
Jason Miller, porta-voz da campanha do pré-candidato republicano às presidenciais norte-americanas, classificou o discurso como um sucesso, mas admitiu que os seus autores podem, erradamente, ter usado alguma linguagem emprestada.
"Quando escreveu o seu bonito discurso, a equipa de escritores da Melania tirou notas sobre factos que a inspiraram, e em alguns casos foram incluídos fragmentos que refletem o seu próprio pensamento", afirmou num comunicado citado pela agência Reuters.
Indiferente a tudo isso, Donald Trump escreveu no Twitter estar orgulhoso da mulher. "O seu discurso e comportamento foram absolutamente incríveis", defendeu.
It was truly an honor to introduce my wife, Melania. Her speech and demeanor were absolutely incredible. Very proud!

Nos próximos dias, os vários oradores irão desfilar pelo palco com um objetivo comum (à maior parte, pelo menos): o de apresentar Trump como o líder duro de que os EUA precisam em tempos difíceis.
Já subordinado ao tema "Tornar a América Segura Outra Vez", o primeiro dia ficou marcado pela morte de três polícias, abatidos no domingo por um ex-marine em Baton Rouge, na Louisiana (ver texto). Além de sublinharem a capacidade de Trump para acalmar as tensões raciais decorrentes das mortes de vários jovens negros por polícias brancos nas últimas semanas, os vários oradores tinham como missão mostrar o milionário como o homem certo para acabar com a ameaça do Estado Islâmico. O grupo, que controla um vasto território na Síria e no Iraque, reivindicou este fim de semana o ataque que fez 84 mortos no dia 14 na cidade francesa de Nice, mas também inspirou o atirador que matou 49 pessoas num discoteca gay de Orlando, na Florida, a 12 de junho.
"O nosso país está totalmente dividido e os nossos inimigos estão a ver. Não estamos a passar uma boa imagem, não parecemos espertos, não parecemos fortes", escreveu Trump no Twitter antes do encontro.
Em Cleveland são também de notar as ausências, com grandes figuras do Partido Republicano a recusar participar na convenção que vai confirmar Trump. Do ex-presidente George W. Bush, ao seu irmão, Jeb, rival de Trump na corrida republicana, passando pelos ex-candidatos presidenciais Mitt Romney e John McCain, muitos republicanos preferiram distanciar-se do homem que, se for eleito presidente, promete construir um muro na fronteira com o México para travar a entrada de imigrantes ilegais (aos quais chamou "violadores e traficantes"), banir os muçulmanos de entrarem nos EUA ou ilegalizar o aborto.
Contando com os 2472 delegados e os mais de 15 mil jornalistas acreditados, Cleveland espera receber estes dias mais de 50 mil pessoas. Muitos serão manifestantes, vindo protestar contra as ideias de Trump para a América. Um verdadeiro quebra-cabeças para a segurança, até porque a lei permite o uso de armas junto à Quicken Loans Arena, onde decorre a convenção. Além dos já habituais confrontos entre pró e anti-Trump, as autoridades estão preocupadas com os ativistas dos Panteras Negras, supremacistas negros vindos protestar contra a violência policial contra os afro-americanos. Ao todo são mais de meia centena as manifestações previstas para os 4,5 km2 que ocupa a baixa de Cleveland. Para garantir que tudo corre bem, estão destacados para o local dois mil polícias.
Hillary na frente
Com os republicanos reunidos em Cleveland, a democrata Hillary Clinton continuava ontem em busca de um candidato a vice-presidente. Depois de Trump ter escolhido o governador do Indiana, Mike Pence, para se juntar a ele no ticket republicano, a ex-primeira dama terá conseguido reduzir os candidatos a vice a uma mão cheia de nomes.
Entre eles estão a senadora do Massachusetts Elizabeth Warren, o senador da Virgínia Tim Kaine, o secretário da Agricultura, Tom Vilsack, o senador do Ohio Sherrod Brown ou o senador de New Jersey Cory Booker. Cabe agora a Hillary decidir quem será melhor para a ajudar a unir um partido dividido após meses de luta pela nomeação entre a ex-secretária de Estado e o senador Bernie Sanders. Com a sua mensagem antissistema, este não só conquistou os jovens como conseguiu mobilizar a ala mais à esquerda, que critica Hillary por há décadas andar mais altas esferas do poder, seja como primeira dama, como senadora ou como chefe da diplomacia.
Com uma popularidade que insiste em não descolar, as últimas sondagens nacionais dão a Hillary uma curta vantagem de cinco pontos sobre Trump. O estudo da NBC News/Wall Street Journaldá 46% das intenções de voto à candidata democrata, contra 41% para o rival republicano
Opositores republicanos a Trump estarão a preparar um plano para evitar que se transforme no candidato do partido nas eleições presidenciais
O eventual candidato republicano às eleições de novembro, nos Estados Unidos, Donald Trump, assegurou hoje que poderá ganhar a Presidência sem o apoio do seu partido, se for necessário.
"Estaria muito bem se os republicanos se mantiverem unidos", disse Trump numa entrevista emitida hoje, pela cadeia NBC News, tendo recordado que é "um candidato diferente" dos que tradicionalmente têm representado esse partido.
"Creio que posso ganhar de qualquer forma. Posso ganhar de uma forma ou de outra. Ganhei as primárias sem eles. Sou alguém que vem de fora e ganhei as primárias", avançou ao ser questionado sobre a possibilidade de perder o apoio do núcleo do seu partido.
O diário The Washington Post noticiou que "dezenas" de republicanos opositores a Trump estão a traçar um plano para evitar que se transforme no candidato do partido na convenção que se celebrará dentro de um mês em Cleveland (Ohio), mediante mudanças das regras que regem a reunião do partido.
Trump Classificou esse plano de "ilegal" e sugeriu que se trata de uma informação "falsa" e "inventada pela imprensa".
"Primeiro de tudo, é ilegal. Segundo, não podem fazê-lo. Terceiro, nós - não eu - temos quase 14 milhões de votos no sistema das primárias", afirmou Trump a partir de Las Vegas.


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