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A "foto de família" da cimeira da NATO que termina este sábado em Varsóvia, na Polónia, com Obama e António Costa entre os restantes
A "foto de família" da cimeira da NATO que termina este sábado em Varsóvia, na Polónia, com Obama e António Costa entre os restantes
Arquipélago foi tema por causa das Lajes e também por causa das origens do fotógrafo oficial do presidente dos EUA
O breve encontro do primeiro-ministro português com o presidente norte-americano na cimeira da NATO concentrou-se nos Açores, quer por causa dos planos futuros para a base das Lajes, quer pela origem do fotógrafo oficial de Barack Obama.
Em conferência de imprensa no último dia da reunião a decorrer em Varsóvia, António Costa relatou ter entregado na sexta-feira ao presidente dos Estados Unidos o "resumo do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido" entre o ministro da Ciência e Tecnologia e secretário de Estado da Energia dos EUA para o "aproveitamento dos Açores como uma plataforma muito importante" na investigação.
Em causa, segundo o governante, estão as áreas da climatologia, alterações climáticas, vulcanologia, oceanografia, ou seja "uma boa oportunidade para a reconversão que está em curso da utilização da base das Lajes e encontrar uma nova vocação para aquelas infraestruturas".
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Obama "foge" de uma menina na Sala Oval. Pete Souza gosta de retratar a relação do presidnete com as criança|
PETE SOUZA/CASA BRANCA
Pete Souza conheceu o então senador em 2005 e desde 2009 a sua objetiva já captou alguns dos momentos mais marcantes da presidência.
Um carinhoso encosto de cabeça a Michelle no dia da tomada de posse em 2009, o momento em que se baixa na Sala Oval para deixar um menino negro mexer no seu cabelo ou a imagem da Administração Obama reunida na Situation Room na noite em que Bin Laden foi morto. São estas e muitas outras imagens que contarão a presidência Obama. E todas elas têm uma assinatura comum: Pete Souza, o neto de açoriano que desde que acompanhou para o Chicago Tribune o primeiro ano do filho de um queniano e de uma americana do Kansas como senador do Illinois em Washington, em 2005, nunca mais o largou, tornando-se no fotógrafo oficial da Casa Branca nos últimos oito anos.
"Gosto de trabalhar de forma discreta. Uso máquinas silenciosas, não uso flash de forma a não interromper o que está a acontecer. [O presidente Obama] pode continuar a fazer o que está a fazer e metade das vezes nem se lembra que eu estou ali", explicava Pete Souza em 2013 à revista PDN, especializada em fotografia. Esta forma de trabalhar explica em parte as fotografias que resultam da sua parceria com Obama: intimistas. "Há dois aspetos essenciais no trabalho de Pete Souza: o primeiro é que ele tem acesso privilegiado ao presidente. Há um certo grau de intimidade nas suas fotos. Em segundo lugar tem de haver uma confiança de que ele não vai divulgar imagens negativas da presidência", explica Rui Coutinho. O professor de Fotojornalismo na Escola Superior de Comunicação Social em Lisboa sublinha que esta presença de Souza em encontros e reuniões muitas vezes envolvendo informações confidenciais, com uma máquina que até pode fazer vídeos, implica da parte do presidente uma grande certeza de que pode confiar no fotógrafo oficial.
Criada por John F. Kennedy em 1961, a figura do fotógrafo oficial da Casa Branca acaba por ganhar mais destaque do que outros funcionários da Administração, até porque "as suas imagens nos ajudam, hoje como nas futuras gerações, a perceber melhor o funcionamento da política americana", explica ao DN Tim Sieber. E se o professor de Antropologia na Universidade de Massachusetts tivesse de escolher apenas uma fotografia de Pete Souza que simbolize a presidência Obama, seria a da Situation Room. "A tensão e concentração na sala é intensa e a mistura de géneros, de raças, de idades revela a cada vez maior diversidade da sociedade americana."
Situation Room: membros da Administração assistem à operação que terminaria com a morte de Bin laden em 2011 no Paquistão
| PETE SOUZA/CASA BRANCA
E tenho a certeza que o interesse pessoal do presidente Obama sobre a temática das alterações climáticas, da importância da inovação e da investigação e da ciência pode dar um impulso muito grande à concretização deste projeto", assumiu.
O primeiro-ministro informou ainda que neste "encontro, obviamente, breve", o tema Açores foi também citado por Obama, que relembrou as origens no arquipélago do seu fotógrafo oficial.
Em 27 de junho, o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, comentava que os Açores oferecem "oportunidades únicas" para a instalação de uma base espacial, que está a ser equacionada para o aeroporto internacional das Lajes, na ilha Terceira.
"Os desafios para melhor perceber quer as mudanças climáticas quer as suas interações com os oceanos passam por lançar constelações de satélites e, obviamente, quer as Lajes (na ilha Terceira) quer Santa Maria oferecem oportunidades únicas para se instalarem no futuro novas gerações de lançadores satélites, que podem dar dados até agora inexistentes quer para as empresas quer para a investigação de interesse público e para os investigadores", afirmou.
Depois de Nova Iorque e dos Açores, será realizado um terceiro 'workshop' em Bruxelas, em 19 de setembro, para abordar diretamente a Comissão Europeia sobre a possibilidade de instalar nos Açores um centro de investigação científica internacional.
Neste contexto de encontros bilaterais com os restantes líderes dos 28 países da NATO, Costa notou que a promoção da candidatura de António Guterres a secretário-geral da ONU é um "dos objetivos da política externa portuguesa".
"E não é possível falar designadamente da participação de Portugal no teatro dos Balcãs, no teatro dos Bálticos (...), sem lembrar-nos que começaram precisamente com o engenheiro António Guterres há 20 anos".
O primeiro-ministro rematou que esta é uma "candidatura que vai fazendo o seu bom caminho".
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