sexta-feira, novembro 04, 2016

ex secretário de Estado garante que ministro interferiu em exoneração

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O ex-secretário de Estado João Wengorovius Meneses esclareceu publicamente o caso do chefe de gabinete que afinal não tinha duas licenciaturas, confirmando que o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, interferiu por e-mail na exoneração de Nuno Félix.
Ao abrigo de um direito de resposta, a pretexto de um artigo de opinião de João Miguel Tavares no jornal Público, João Meneses confirma a existência do email em que o ministro pede para que o secretário de Estado adie a exoneração de Nuno Félix.
“Na terça-feira passada (1/11), o sr. ministro da Educação deu uma entrevista à SIC, na qual, entre outras coisas, alegou nunca ter interferido em defesa do chefe do gabinete, Nuno Félix, nem na composição do meu gabinete em geral. Não confirmo essas declarações”, escreve Wengorovius Meneses na carta enviada ao Público.
Na entrevista à SIC, Tiago Brandão Rodrigues negou saber que o despacho de nomeação de Nuno Félix continha “inverdades” – as duas licenciaturas que este nunca concluiu – e sublinhou que as equipas eram escolhidas e constituídas pelos governantes.
“O chefe do gabinete, Nuno Félix, foi-me indicado pelo sr. ministro, por ser alguém da sua confiança pessoal, foi-me pedida reiteradamente a demissão de uma adjunta”, explica Wengorovius Meneses.
“Quando informei o sr. ministro da necessidade de concretizar a substituição do chefe do gabinete (já o havia informado há uns dias de quem iria substituí-lo), recebi o seu pedido – por email – de que não o fizesse nessa altura (o chefe do gabinete demissionário estava ausente há 15 dias e acabava de apresentar uma baixa para acompanhamento à família por mais 15 dias, situação que se estava a tornar danosa para o regular funcionamento da secretaria de Estado)”, descreve o ex-governante.
Na semana passada, quando o Observador avançou que Nuno Félix se havia demitido por causa de duas licenciaturas inexistentes (mas que constavam da sua nota curricular inicialmente publicada no primeiro despacho de nomeação em Diário da República), o jornal contava que João Wengorovius Meneses afirmava que o ministro da Educação sabia há vários meses que o chefe de gabinete do secretário de Estado do Desporto tinha prestado falsas informações sobre o seu percurso académico.
Tiago Brandão Rodrigues acabou a dar explicações na terça-feira à noite, negando as acusações. “Em nenhum momento pedi ao Dr. João Meneses que não exonerasse o seu chefe de gabinete”, afirmou.
No entanto, esta quinta-feira, o jornal i citou um email de Brandão Rodrigues para Wengorovius Meneses em que o ministro teria impedido a referida exoneração, desmentindo a versão do Ministro da Educação.

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