sábado, dezembro 31, 2016

Câmara só vai gerir Carris a 1 de fevereiro. Marcelo já deu aval


Governo e autarquia queriam transferência a 1 de janeiro. Presidente da República promulgou ontem a lei com reparos
A Carris só vai passar para as mãos da Câmara de Lisboa a 1 de fevereiro, ao contrário do que desejavam o Governo e a autarquia da capital, que queriam o processo de transferência desta gestão concluído já amanhã, dia 1.
O diploma do Governo, só aprovado em Conselho de Ministros a 22 de dezembro,
 acabou travado pelos trâmites legislativos. Marcelo Rebelo de Sousa
 também só promulgou no último dia útil do ano essa 
transferência. Só depois da publicação em Diário da
 República é que será possível concretizar a passagem
 para as mãos de Fernando Medina da gestão da Carris.
Os dois executivos já tinham antecipado a dificuldade
 em arrancar com a gestão municipal a 1 de janeiro.
 Na terça-feira, a Câmara de Lisboa fazia notar que
 "os prazos legais para essa promulgação são conhecidos
 e, estendendo-se para lá de 1 de janeiro, [pelo que]
 a transferência material de propriedade terá lugar
 depois da decisão do Presidente da República".
Numa nota publicada ontem no site da Presidência da República,
 antecipando para o último dia do ano um ato que 
se esperava para a próxima semana, o Chefe do Estado
 anunciou que promulgou o diploma "que atribui ao 
município de Lisboa a assunção plena das atribuições
 e competências legais no que respeita ao serviço 
público de transporte coletivo de superfície de passageiros
 na cidade de Lisboa, transfere a posição contratual detida 
pelo Estado no Contrato de Concessão de Serviço Público
 celebrado com a Carris, e transmite a totalidade das ações 
representativas 
do capital social da Carris do Estado para o município de Lisboa"
Também ontem o Ministério do Ambiente - numa nota em que anunciou 
as novas administrações da Carris, Metro de Lisboa, Soflusa e Transtejo 
- dava conta que "a indicação dos nomes para a Carris
 [foi] devidamente articulada com a Câmara Municipal 
de Lisboa, que deterá a empresa a partir do próximo dia
 1 de fevereiro".
Marcelo disse esperar que esta transferência não envolva
 "auxílios de Estado". Os únicos admitidos pelo Presidente
 correspondem "a obrigações pretéritas" cuja "aplicação 
é compatível" com o Orçamento de Estado para 2017.
Para Rebelo de Sousa, há "uma matéria que deverá ser
 equacionada", que é a de "aplicar a entidade do setor público empresarial local
 o regime do setor empresarial do Estado, como
 decorre do diploma".
A abrir a nota do site da Presidência, Marcelo não 
deixa de notar que "o presente diploma procede 
à transferência para o município de Lisboa da posição
 do Estado, fruto da legislação revolucionária de 1975" 
e que, "neste particular, vai ao encontro de reivindicações
 municipais antigas, partilhadas pelas mais diversas
 forças políticas, e defendida pelo Presidente da República,
 quando autarca em Lisboa".
Já na segunda-feira, dia 2, o Estado e a Área Metropolitana 
do Porto vão formalizar a passagem da gestão da STCP
 para os municípios.

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