segunda-feira, janeiro 30, 2017

Ié Ié Ié  Madragoa  é que é

O BAIRRO DA MADRAGOA – ELEMENTOS DE CARACTERIZAÇÃO BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO Sem limites geográficos precisos e com limites socio-simbólicos flexíveis, aquilo que se pode considerar como o núcleo do bairro da Madragoa encontra-se inserido na freguesia de Santos-o-Velho. Numa perspectiva de enquadramento geográfico, o bairro situa-se numa encosta que se estende no sentido do rio Tejo (a Sul) e que a Norte se liga com a freguesia da Lapa. Localização da Freguesia de Santos-o-Velho em Lisboa Localização aproximada do núcleo do bairro da Madragoa A malha urbana do bairro apresenta características dos séculos XVII, XVIII e XIX, sendo o seu tecido edificado de origem pré-pombalina e pombalina. Tal malha urbana é em quadrícula irregular e com descontinuidades de traçado, sendo formada por um conjunto de ruas principais paralelamente posicionadas em relação ao rio Tejo. A sua malha urbana é fechada, assemelhando-se a uma concha, muito embora na envolvência do bairro existam importantes vias de circulação viária, como por exemplo: a Calçada da Estrela, Av. D. Carlos I e Av. 24 de Julho. Ressalvando ainda que nessa mesma envolvência situa-se um dos pólos de atracção da cidade ao nível do divertimento lúdico e nocturno. O terramoto de 1755 pouco alterou a malha urbana, sendo que as principais intervenções se deram nos anos seguintes com a construção de edifícios pombalinos. Até metade do século XIX registaram-se apenas algumas alterações ao nível da regularização dos edifícios, vindo a permitir a ampliação de determinados quarteirões, ainda que o traçado original das ruas se tenha mantido. Existem referências à ocupação da área desde o período romano, visigótico e muçulmano, reportando-se, no entanto, ao século IV uma das principais referências ao sítio Madragoa referindo a construção de um templo paleocristão onde hoje se situa a Igreja de Santos-oVelho. No entanto, somente a partir da segunda metade do século XVI é que se pode falar num desenvolvimento urbano daquela área da cidade. Na base desse desenvolvimento houve, por um lado, o estabelecimento do Paço Real de Santos por parte de D. Manuel e que tanto atraiu ordens religiosas, vindo a promover a origem de muitos conventos, como atraiu famílias nobres e burguesas, resultando no aparecimento de palácios e casas apalaçadas. Por outro lado, a constituição da Freguesia de Santos em 1566 também foi um importante marco para o desenvolvimento urbano da área. Contudo, o vertiginoso aumento demográfico da área juntamente com o aumento da densidade construtiva, sobretudo nos pequenos quarteirões, somente se verificou em finais do século XIX, desse modo acompanhando o crescimento da população da cidade de Lisboa e que essencialmente se deu por motivos migratórios e, em grande parte, devido às migrações oriundas das regiões Centro e Norte do País. No caso da Madragoa, a proximidade com o rio, atraiu indivíduos ligados às actividades marítimas, sendo sobretudos oriundos da região de Aveiro – em específico de Murtosa e Ovar. Deu-se, então, 

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