Ex-primeiro-ministro diz que responderá a todas as questões e
reafirma-se vítima de
reafirma-se vítima de
"campanha maldosa e difamatória"
O ex-primeiro-ministro José Sócrates disse hoje que vai
responder a todas as questões colocadas pelo Ministério Público,
reafirmando
reafirmando
que está a ser alvo de uma campanha "maldosa e difamatória",
com notícias colocadas nos jornais mas sem apresentar factos.
À entrada no Departamento Central de Investigação e Ação
Penal (DCIP),
Penal (DCIP),
em Lisboa, pelas 14:15, onde vai ser interrogado no âmbito da
"Operação Marquês",
José Sócrates disse aos jornalistas que irá responder a todas as
questões que lhe forem colocadas, mas que deveria ser o
Ministério Público a dar explicações por aquilo que o
ex-primeiro-ministro
classifica como "campanha maldosa e difamatória" contra si.
ex-primeiro-ministro
classifica como "campanha maldosa e difamatória" contra si.
"Só utiliza estes métodos quem está inseguro e não está confiante
O interrogatório a Sócrates - indiciado por corrupção, fraude fiscal
qualificada e branqueamento de capitais -- deverá incidir sobre
os últimos elementos dos autos relacionados com os negócios da
Portugal Telecom e com a transferência de vários milhões de euros do
Grupo Espírito Santo para o empresário Carlos Santos Silva.
"Nunca recebi dinheiro de ninguém", afirmou Sócrates aos jornalistas
quando questionado sobre se recebera 18 milhões de euros
de Ricardo Salgado, do Banco Espírito Santo, referindo que a
única intervenção que teve na PT "foi legítima e foi no âmbito da
'golden share' e que se destinou a impedir a venda da Vivo com
divisão de dividendos pelos diversos acionistas".
"Essa intervenção foi contra os interesses de Ricardo Salgado,
do BES e da administração da PT. Querem agora reescrever a história",
sustentou.
Sócrates reafirmou que está a ser alvo de uma "campanha maldosa
e difamatória", considerando que "estes métodos
põem em causa e ferem
põem em causa e ferem
a credibilidade de quem quer atuar com decência num processo"
e que os responsáveis do inquérito [Ministério Público] gostam de
"transformar qualquer diligência num espetáculo".
"Este tem sido o padrão deste inquérito, com campanhas de difamação
na comunicação social. Só utiliza estes métodos quem está inseguro
e não está confiante", disse o antigo primeiro-ministro para quem
existe uma "campanha de insinuações delirantes, absurdas, falsas
e mentirosas" que o querem apontar como "próximo de Ricardo
Salgado e do BES".
Terceiro interrogatório
O ex-primeiro-ministro José Sócrates é interrogado, pela terceira vez,
pelo Ministério Público (MP), a escassos quatro dias do prazo
anunciado para a conclusão do inquérito.
"Sem factos ou provas que sustentassem as imputações que lhe
serviram para prender José Sócrates (...), o Ministério Público
ensaia agora nova fuga para a frente e tenta envolver José Sócrates
nos processos da PT e do BES", consideraram em comunicado,
na sexta-feira, os advogados do ex-primeiro-ministro.
A inquirição de Sócrates surge após o empresário Carlos Santos Silva
ter sido novamente interrogado, na passada sexta-feira, com a
Procuradoria-Geral da República a divulgar que "estão, ainda,
previstos interrogatórios de outros arguidos no decurso" da semana
que hoje se inicia.
Com esta 'maratona' de interrogatórios na "Operação Marquês"
na reta final
do prazo para a conclusão do inquérito, têm crescido as dúvidas sobre
se o MP terá a investigação completamente pronta até dia 17.
A "Operação Marquês", conta até ao momento, com 25 arguidos
- 19 pessoas e seis empresas, quatro das quais do Grupo Lena.
Entre os arguidos estão Armando Vara, ex-administrador da Caixa
Geral de Depósitos
e antigo ministro socialista, Carlos Santos Silva, empresário e amigo do
ex-primeiro-ministro, Joaquim Barroca, empresário do grupo Lena,
João Perna, antigo motorista de Sócrates, Paulo Lalanda de Castro,
do grupo Octapharma, Henrique Granadeiro e Zeinal Bava,
ex-administradores
ex-administradores
da PT, o advogado Gonçalo Trindade Ferreira e os empresários
Diogo Gaspar Ferreira e Rui Mão de Ferro e o empresário luso-angolano
Hélder Bataglia.
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