sexta-feira, julho 07, 2017

A estatistica é como o Biquini :- o que mostra é sugestivo :- o que esconde é vital

O primeiro governo de José Sócrates tinha entrado em funções há pouco tempo. António Costa era o ministro da Administração Interna que tinha herdado o polémico dossiê SIRESP, adjudicado pelo seu antecessor, Daniel Sanches, três dias após as eleições legislativas de 2005 que levaram o PS ao poder. Costa tinha suspendido a adjudicação do SIRESP ao consórcio liderado pela Sociedade Lusa de Negócios e pela Motorola até à emissão de um parecer da Procuradoria-Geral da República. Foi nessa altura que recebeu um pedido de audiência de Carlos Ribeiro, presidente do grupo Siemens Portugal.
A empresa tinha sido uma das cinco contactadas inicialmente para apresentar uma proposta ao concurso do novo sistema de comunicações das forças de segurança e emergência, mas acabou por não o fazer. De acordo com o que Carlos Ribeiro disse à Polícia Judiciária (PJ), no inquérito aberto em 2005 para investigar suspeitas de eventuais crimes num negócio de várias centenas de milhões de euros e que foi esta terça-feira consultado pela SÁBADO no Departamento Central de Investigação e Acção Penal, nesse encontro o empresário reiterou a "disponibilidade da empresa para apresentação de novas propostas, mais vantajosas para o Estado". Mais do que isso: disse estar "plenamente convicto que o negócio poderia ser adjudicado a, sensivelmente, metade do preço, isto é, cerca de 250 milhões de euros".
O concurso não voltou a ser aberto, a Siemens acabou por não apresentar qualquer proposta e o SIRESP foi entregue ao consórcio SLN/Motorola com uma redução dos encargos para o Estado no valor de 50 milhões de euros. Mas o inquérito-crime continuou durante mais dois anos. 
Saiba todos os detalhes sobre a investigação ao SIRESP na edição 688 da SÁBADO, nas bancas a 6 de Julho de 2017.
Edição n.º 688
Edição n.º 688


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