Pedro Madeira Rodrigues, concorrente de Bruno de Carvalho nas últimas eleições do Sporting, criticou a postura adotada por Octávio Machado após este ter deixado as funções de diretor-geral para o futebol dos leões. Para o empresário, o Palmelão "não quis deixar de fazer jus aos epítetos de ‘lacrau’ e ‘bufo’ com que genericamente é conhecido no mundo do futebol", vincou numa "carta aberta" enviada em exclusivo a Record.
"Infelizmente só agora se junta aos que consideram que Bruno de Carvalho é ‘imaturo’, ‘irresponsável’, ‘cobarde’, ‘passarinho’, ‘carente de protagonismo’, ‘ciumento de quem tem maiores remunerações’, ‘desequilibrado emocionalmente’ e ‘que utiliza o clube em seu proveito pessoal’, quando há 4 meses os elogios eram inúmeros. O que mudou desde as eleições? Apenas o facto de o ‘senhor’ já não ser mais um dos que ganha bem à custa de um Sporting que quase nada ganhou no futebol nos últimos anos", atirou, garantindo não ter percebido como "como foi possível" BdC lhe ter respondido. Termina com um pedido: "Que guarde o rancor e desejo de vingança para si" e que, tal como o próprio, espere que uma nova "revolução no plantel" – ainda que "atempada" – permita agora "sucesso".
Leia a 'carta aberta' na íntegra:
"Senhor" Octávio Machado,

Depois de uma semana afastado da comunicação social, tive agora maior conhecimento da inenarrável troca de galhardetes entre o "senhor" e o Presidente do Sporting Clube de Portugal. Digo "senhor" porque foi um pedido público que me fez na véspera do dia das eleições no Sporting, ao qual não me custa aceder.

Confesso que nunca nutri qualquer simpatia pelo "senhor" desde os tempos em que representava tudo o que de mau eu via no FC Porto nos seus tempos de domínio absoluto. A sua passagem anterior pelo Sporting ficou-me marcada pela influência nefasta que teve numa infeliz atitude do nosso Sá Pinto que muito condicionou a evolução da carreira desta nossa referência.

O "senhor" foi apenas mais um dos que, durante a campanha que disputei com o actual Presidente, o defendeu acerrimamente partindo de interesses pessoais, nomeadamente o facto de ser empregado do clube ou familiar de um empregado do clube, ou fornecedor de serviços ou avençado ou até comentador "oficial" (é bem significativa aquela proposta da Direcção do Sporting de lhe dar um lugar de comentador na TVI ou CM TV).

Agora, na sua saída do Sporting, o "senhor", que continuou sem nos esclarecer o que fazia no nosso clube, não quis deixar de fazer jus aos epítetos de "lacrau" e "bufo" com que genericamente é conhecido no mundo do futebol, ajudando a perturbar o início de uma época fundamental para o nosso futuro. Este facto é tanto mais grave quanto o seu conhecimento da fragilidade da relação que actualmente existe entre o Presidente e o treinador do Sporting.

Infelizmente só agora se junta aos que consideram que Bruno de Carvalho é "imaturo", "irresponsável", "cobarde", "passarinho", "carente de protagonismo", "ciumento de quem tem maiores remunerações", "desequilibrado emocionalmente" e "que utiliza o clube em seu proveito pessoal", quando há 4 meses os elogios eram inúmeros. O que mudou desde as eleições? Obviamente apenas o facto do "senhor" Octávio Machado já não ser mais um dos que ganha bem à custa de um Sporting que quase nada ganhou no futebol nos últimos anos. 

Esta sua evidente desonestidade intelectual faz-me desvalorizar ainda mais os epítetos com que me brindou a semana passada, com uma referência à minha juventude, que eu até agradeço numa altura em que quase perfaço meio século de vida e às minhas capacidades intelectuais, que é uma característica na qual sempre precisei de alguma ajuda ao nível da humildade.

Naquela infeliz troca de palavras ainda não percebo como foi possível o Presidente do Sporting ter-lhe respondido e mais uma vez contribuir para desestabilizar o nosso clube, mas na verdade ele nunca deixa de me surpreender negativamente, até porque, entre um e outro, as principais diferenças que encontro é que o "senhor" aparenta julgar que o Sporting só começou há 2 anos e Bruno de Carvalho dá a entender que já foi há 4, mesmo que, por exemplo, tenhamos saído agora da Associação Europeia de Clubes dado o nosso ranking europeu ter atingido um mínimo histórico.

Senhor" Octávio Machado, sem pretender limitar a sua capacidade de intervenção pública, peço-lhe que guarde o seu rancor e desejo de vingança para si e que, como eu, deseje que mais esta revolução no nosso plantel, com a novidade positiva desta época parecer ter sido atempada, desta vez tenha sucesso, que as contratações desta vez tenham sido mesmo "cirúrgicas" e que a prometida aposta nos jovens seja concretizada nomeadamente nos "nossos" Francisco Geraldes, Iuri Medeiros, Matheus Pereira, Palhinha, e Tobias Figueiredo, só para citar os jovens da Academia que foram apresentados no passado sábado e que, pelo que se sabe, ainda lutam por confirmar um lugar no plantel.

Pedro Madeira Rodrigues