A estatistica é como o Biquini :- o que mostra é sugestivo :- o que esconde é vital
O conto do vigário
Ainda que a expressão sugira que vigário seja um sinónimo de vigarista ou burlão, a verdade
é que o vigário da estória
que segundo a tradição deu lugar à expressão era mesmo um vigário, um sacerdote designado
para coadjuvar um pároco, em suma, um padre. Conta-se que “ainda no século XVIII, uma
disputa entre os vigários das paróquias de Pilar e da Conceição em Ouro Preto, pela mesma
imagem de Nossa Senhora. Um dos vigários teria proposto que amarrassem a santa ao
que estava solto na rua. Pelo plano, o animal seria solto entre as duas igrejas. A paróquia
para a qual o burro se encaminhasse ficaria com a imagem. O animal foi para a igreja de Pilar,
assim ganhou a disputa. Mais tarde teria sido descoberto que o burro era do vigário dessa
igreja” (Wikipedia).
Não é do burro que vamos falar, ainda que nesta história pouco dignificante que estão
sendo as eleições para a escolha do líder do PSD não faltem burros, lerdos e espertalhões de
duas patas, não sendo de por de parte a possibilidade de algum procurador mandar o Sol
contar se eles andam em casa nas quatro patas, depois dos sinais nas pilinhas, das compras
de cocaína pelo Sócrates e da frutaria nas Antas nada nos surpreende neste país.
Vamos falar dos candidatos do PSD, mais precisamente de Santana Lopes e Rui Rio.
Neste caso o burro são os militantes do PSD, e o vigário dono do burro é o da paróquia
de Belém, porque depois de Marcelo Rebelo de Sousa ter exibido os fardos de palha ao lado
de Santana Lopes todos sabemos para onde vai correr um burro esquelético e cheio de fome
de poder.
O que mais impressiona nalguns protagonistas nesta disputa, como Marcelo, Miguel Relvas
e outros é a falta de respeito pelas regras mais elementares e o despudor como se comportam
no pressuposto de que os militantes do PSD não têm autonomia intelectual e dependem de
truques para decidir em quem vão votar. Se Marcelo Rebelo de Sousa parece ter-se inspirado
no velho conto do vigário, já Miguel Relvas, mesmo culto e mais arredados de paróquias e
profissões parece ter-se inspirado nas nossas feiras.
Ainda que tendo sido um político inspirado no “caga milhões” Relvas e outras personalidades
do PSD parece inspirar-se noutro tipo de vendedor de feira. Era muito comum nas nossas feiras
haverem vendedores que montavam uma banquinha e anunciava as vantagens do seu produto,
em regra algo com aparência de cura inovadora de uma qualquer maleita. O povo
aproximava-se, rodeava o vendedor, mas ficava hesitante, até que um ou dois capangas do
vendedor se decidiam a comprar o produto, levando os hesitantes a fazer o mesmo.
Esta luta pela liderança do PSD mostra até que ponto aquele partido se deixou degradar e
as personagens que se estão envolvendo nesta disputa estão proporcionando um espetáculo
que não passa de uma pantomina.
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