sexta-feira, outubro 27, 2017

A estatistica é como o Biquini :- o que mostra é sugestivo :- o que esconde é vital


O conto do vigário

Ainda que a expressão sugira que vigário seja um sinónimo de vigarista ou burlão, a verdade
 é que o vigário da estória
que segundo a tradição deu lugar à expressão era mesmo um vigário, um sacerdote designado
para coadjuvar um pároco, em suma, um padre. Conta-se que “ainda no século XVIII, uma
disputa entre os vigários das paróquias de Pilar e da Conceição em Ouro Preto, pela mesma
imagem de Nossa Senhora. Um dos vigários teria proposto que amarrassem a santa ao 
que estava solto na rua. Pelo plano, o animal seria solto entre as duas igrejas. A paróquia 
para a qual o burro se encaminhasse ficaria com a imagem. O animal foi para a igreja de Pilar, 
assim ganhou a disputa. Mais tarde teria sido descoberto que o burro era do vigário dessa
 igreja” (Wikipedia).

Não é do burro que vamos falar, ainda que nesta história pouco dignificante que estão 
sendo as eleições para a escolha do líder do PSD não faltem burros, lerdos e espertalhões de
duas patas, não sendo de por de parte a possibilidade de algum procurador mandar o Sol 
contar se eles andam em casa nas quatro patas, depois dos sinais nas pilinhas, das compras
 de cocaína pelo Sócrates e da frutaria nas Antas nada nos surpreende neste país.
 Vamos falar dos candidatos do PSD, mais precisamente de Santana Lopes e Rui Rio.

Neste caso o burro são os militantes do PSD, e o vigário dono do burro é o da paróquia
 de Belém, porque depois de Marcelo Rebelo de Sousa ter exibido os fardos de palha ao lado
 de Santana Lopes todos sabemos para onde vai correr um burro esquelético e cheio de fome
 de poder. 

O que mais impressiona nalguns protagonistas nesta disputa, como Marcelo, Miguel Relvas
 e outros é a falta de respeito pelas regras mais elementares e o despudor como se comportam
 no pressuposto de que os militantes do PSD não têm autonomia intelectual e dependem de
 truques para decidir em quem vão votar. Se Marcelo Rebelo de Sousa parece ter-se inspirado
 no velho conto do vigário, já Miguel Relvas, mesmo culto e mais arredados de paróquias e
 profissões parece ter-se inspirado nas nossas feiras.

Ainda que tendo sido um político inspirado no “caga milhões” Relvas e outras personalidades 
do PSD parece inspirar-se noutro tipo de vendedor de feira. Era muito comum nas nossas feiras
 haverem vendedores que montavam uma banquinha e anunciava as vantagens do seu produto,
 em regra algo com aparência de cura inovadora de uma qualquer maleita. O povo
 aproximava-se, rodeava o vendedor, mas ficava hesitante, até que um ou dois capangas do
vendedor se decidiam a comprar o produto, levando os hesitantes a fazer o mesmo.

Esta luta pela liderança do PSD mostra até que ponto aquele partido se deixou degradar e
 as personagens que se estão envolvendo nesta disputa estão proporcionando um espetáculo
que não passa de uma pantomina.

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