segunda-feira, maio 26, 2014

Caso Rosalina. Duarte Lima vai ser novamente interrogado

Duarte Lima será novamente interrogado no final de Junho no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa no âmbito do processo relativo ao assassinato de Rosalina Ribeiro. Esta nova diligência surge depois de a juíza Cláudia Pina ter interrogado – no dia 16 - o ex-deputado do PSD a pedido do tribunal de Saquarema.

 Na altura , Lima entregou documentos complementares à sua defesa, nomeadamente uma antiga procuração que lhe conferia poderes para representar a vítima e uma decisão de um tribunal suíço a negar que Rosalina tenha desviado dinheiro das conta da herança Feteira.


O 5.º juízo considerou necessário voltar a interrogar o ex-deputado em consequência da documentação entregue, justificando essa necessidade com a importância da celeridade da justiça. Ou seja, a juíza Cláudia Pina pretende evitar que o Brasil envie nova rogatória, o que atrasaria o andamento dos trabalhos naquele país.


Na primeira diligência os depoimentos de Duarte Lima trouxeram novas incoerências a este caso. O ex-deputado do PSD garantiu em tribunal que combinou o encontro de dia 7 de Dezembro com a sua cliente ainda em Portugal, durante o dia 1 desse mês. Disse que foi nesse telefonema que combinaram o local e a hora e que desde aí nunca mais se falaram, pois o combinado era que só o fariam se algo se alterasse. Porém, na primeira comunicação que fez à polícia garantia que esse encontro fora agendado dia 5 de Dezembro, adiantando que a sua cliente tomou conhecimento da sua presença no Brasil e lhe pediu que se reunisse com ela.

Outras questões ficaram no ar: como poderia ser o local do encontro a esquina a seguir à casa de Rosalina se existe uma câmara de videovigilância que a viu passar três quarteirões depois do seu prédio naquela noite? E como poderia o encontro estar já marcado para as 20h desde o dia 1 se Rosalina passou o dia todo em casa dizendo às suas amigas que não podia sair por não saber a que horas chegava a sua visita?

Segundo Duarte Lima o encontro agendado para o Rio de Janeiro durou meia hora. Tempo em que falou com a cliente sobre o andamento do processo de união estável que corria em Portugal e sobre um interessado na compra da sua parte da herança – Arlindo, que extrai areia da fazenda da Pedra Grande pertencente à herança, era o interessado.

A juíza questionou o ex-deputado se não seria lógico que, pelo menos, jantassem uma vez que Lima atravessara o Atlântico para tratar de um assunto urgente e questionou ainda se não achou estranho que a sua cliente lhe tivesse comunicado naquele momento que tinha uma reunião com uma mulher – Gisele – em Maricá após o encontro de ambos

Contrariando os amigos de Rosalina, Lima surpreendeu e disse que a sua cliente não tinha medo de andar à noite no Rio de Janeiro. 

Contou pela primeira vez que chegou mesmo a ver Rosalina entrar no carro dessa mulher loira com cerca de 40 anos, um Honda Civic cinzento.


Durante mais de duas horas, a juíza fez grande parte das perguntas enviadas pelas autoridades judiciais brasileiras mas não confrontou o arguido com todas as questões contidas na carta rogatória.

O Sol online avança que a nova diligência está marcada para 24 de Junho



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