O antigo primeiro-ministro britânico, escocês, fez hoje, último dia de campanha para o referendo sobre a independência da Escócia, um discurso emotivo pelo "Não".
O discurso de Gordon Brown está a ser analisado como um importante impulso no final da campanha pelo "Não". O antigo primeiro-ministro (entre 2007 e 2010) não terá dito nada de muito novo relativamente ao que tem sido realçado, mas, aponta a imprensa local, fez um discurso emotivo e forte, talvez um dos melhores dos últimos anos, segundo o "The Mirror", cuja "retórica inflamada chamou a atenção dos ativistas dos dois lados, de acordo com o "The Independent".
Gordon Brown realçou que a Escócia já é "uma nação orgulhosa", deitou por terra as alegações de que o voto no "Não" seria um voto anti-patriótico e apelou à "maioria silenciosa" que se erga e faça parte das contas de amanhã, diz em que os escoceses vão votar no referendo sobre a independência.
"A votação de amanhã não é uma votação sobre se a Escócia é uma nação. Somos, ontem, hoje e amanhã", disse. "Não é sobre se existe um parlamento escocês. Já temos isso", continuou. "Não é sobre se há um acréscimo de poderes. Estamos todos de acordo em aumentar os poderes", acrescentou. "A votação de amanhã é sobre se querem quebrar e cortar cada laço. E eu digo: "Vamos manter as nossa pensões do Reino Unido, vamos manter a nossa libra esterlina, vamos manter os nossos passaportes do Reino Unido, vamos manter o nosso Estado Social do Reino Unido", rematou.
O antigo primeiro-ministro britânico lembrou as conquistas do passado para apelar a que não haja uma rutura com o que foi alcançado. Falou das guerras travadas e vencidas em conjunto, da construção da paz feita em união, da criação do serviço nacional de saúde e do Estado social. "Vamos construir o futuro juntos", apelou. "Não deixemos que o nacionalismo acabe com aquilo que construimos juntos, pelo sacrifício e pela partilha".
Gordon Brown fez este discurso, em notas, em Glasgow, a maior cidade da Escócia, tradicionalmente trabalhista e que, segundo os analistas, deverá ter grande influência no resultado do referendo. O antigo primeiro-ministro considerou que a independência "é uma armadilha que nunca mais se poderá fugir", "um campo económico minado em risco de explodir a qualquer momento".
O antigo governante, líder dos Trabalhistas entre 2007 e 2010, enumerou ainda alguns riscos para a Escócia, caso o "Sim" vença amanhã, entre eles a incerteza acerca da moeda, o aumento de preços, bem como das taxas de juro, e os cerca de um milhão de empregos associados à Escócia enquanto membro do Reino Unido.

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