Candidata iniciou campanha na Madeira e teve apoio de Catarina Martins. Marcelo foi o principal visado
Em nome da coesão nacional, Marisa Matias escolheu a Madeira para o arranque da campanha presidencial. No Funchal, e após uma reunião com o presidente da Câmara Municipal, Paulo Cafôfo - eleito pela coligação Mudança, que o BE integrou -, a candidata explicou, logo pela manhã, a opção. "O território tem de ser coeso não apenas do ponto de vista territorial mas também social e uma forma de o fazer e de o demonstrar é começar a campanha numa região autónoma e não num lugar central do país", afirmou depois do encontro de "cortesia" com o autarca.
O sinal político estava dado, mas Marisa ainda se socorreu da Lei Fundamental para dizer o que pensa sobre as regiões autónomas. "A Constituição tem linhas muito claras relativas à descentralização e à autonomia neste território, que é uno mas tem características próprias e há um reconhecimento muito claro de descentralização e de subsidiariedade em matéria do exercício do poder", observou.
Dali ao almoço com apoiantes, no Mercado dos Lavradores, foi um pulinho. E aí a eurodeputada virou as agulhas para a "mudança" que se vive no país. Marisa realça que nas presidenciais de dia 24 está em causa escolher alguém que alimente o "ciclo de esperança" que se abriu com as legislativas, contrariando o "ciclo de empobrecimento e de austeridade". "Vamos decidir se queremos ter uma presidente a ajudar esta mudança ou se vamos ter um presidente que quer matá-la no berço", apontou.
Estava aberto o caminho para um recado a Marcelo Rebelo de Sousa, recusando que as eleições estejam ganhas à partida, dado que o povo é que vai decidir se quer um chefe do Estado ligado "às elites económicas" ou "do lado dos mais desfavorecidos" - falou dos desempregados, de trabalhadores precários, de quem tem de escolher entre uma refeição decente ou medicamentos e das famílias separadas pela emigração forçada.
Ao lado de Marisa esteve Catarina Martins, para quem "não há impossíveis". "É cada vez mais claro que é possível existir uma 2.ª volta e fazer frente à direita", atirou a porta-voz dos bloquistas. Incisiva nos remoques a Marcelo, avisou que as presidenciais não são um "concurso de popularidade" e notou que "os lesados do PSD-CDS, da austeridade, do BES e do Banif são também os lesados dos comentários dominicais" do professor.
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