sexta-feira, janeiro 15, 2016

Capitão de Abril volta a questionar "fuga" de Marcelo ao serviço milita




Vasco Lourenço lembra cartas do candidato presidencial a Marcello Caetano e acusa ex-líder do PSD de ter apoiado ações da PIDE
O capitão de abril e presidente da Associação 25 de Abril, Vasco Lourenço, distribuiu ontem um texto com várias acusações contra Marcelo Rebelo de Sousa, nas quais se incluem as de compactuar com o regime do Estado Novo, apoiar ações repressivas da PIDE e onde volta a questionar o não cumprimento do Serviço Militar Obrigatório.
Vasco Lourenço é um dos principais apoiantes de Nóvoa e pediu mesmo aos vários destinatários do texto, que a divulgassem nas redes sociais. No mesmo texto, Vasco Lourenço diz que, no 25 de abril de 1974, Marcelo "andava a escrever cartas ao padrinho, Marcelo Caetano, semelhantes à que lhe escreveu em 1972, quando do Congresso de Aveiro da Oposição: força, mande que a PIDE e a Polícia de Intervenção lhes chegue com mais força, a esses energúmenos que andam a questionar a justeza da guerra colonial. Só se perdem as que caiem no chão..."
O capitão de abril volta a levantar suspeitas sobre o não cumprimento do Serviço Militar Obrigatório (SMO) de Marcelo Rebelo de Sousa, questionando: "onde andou Marcelo entre 1971 e 1974?" Vasco Lourenço diz que "tendo terminado o curso universitário em 1971 e não sofrendo de qualquer doença impeditiva - tanto quanto se sabe - só pode ter sido dispensado da incorporação no serviço militar por cunha de alguém importante." E ainda acrescenta: "Terá sido o paizinho, ou foi o próprio padrinho? Era bom que Marcelo esclarecesse isso ..."
A única vez que Marcelo reagiu a este assunto na campanha foi há três dias. O candidato reagiu, na altura, às acusações do mandatário distrital de Viseu de Sampaio da Nóvoa, o general Ferreira do Amaral, que acusou o ex-líder do PSD de não ter incumprido a lei do SMO.

"Por onde andaria Marcelo Rebelo de Sousa no dia 25 de abril



General Ferreira do Amaral num jantar comício da campanha de Sampaio da Nóvoa

General que é mandatário distrital de Sampaio da Nóvoa lança dúvidas sobre o cumprimento do serviço militar por Marcelo
O general António Ferreira do Amaral, antigo capitão de Abril, lançou a dúvida este domingo à noite sobre o percurso militar de Marcelo Rebelo de Sousa, num tempo em que o serviço militar era obrigatório. "Por onde andaria o cidadão Marcelo Rebelo de Sousa, no dia 25 de abril de 1974?", questionou o mandatário distrital de Sampaio da Nóvoa, no jantar da candidatura em Viseu, depois de Marcelo ter questionado Nóvoa (no debate entre os dois) sobre onde estava o antigo reitor da Universidade de Lisboa no 25 de novembro de 1975.
"Faço a pergunta e respondo: devia estar no cumprimento do serviço militar obrigatório" (SMO), mas não estava, disse Ferreira do Amaral, que acusou mesmo de incumprimento da lei do SMO. "Mas tal não sucedeu, incumprindo com a lei militar."
Segundo o general, só "à luz de uma eventual inaptidão" se podia evitar o SMO, através de uma lista "que constava do catálogo em vigor". Ferreira do Amaral tratou de questionar, passados estes anos, "se a eventual moléstia não atrapalha a sua candidatura". O militar, que foi um dos capitães de Abril, então no Regimento de Infantaria 14 de Viseu, e está agora na reforma, notou ainda que a "atitude moral" de Rebelo de Sousa "é ainda mais condenável porque o ministro do Ultramar [Baltasar Rebelo de Sousa] era o seu próprio pai".
"A solidariedade é um valor que Marcelo recusa permanentemente", apontou Ferreira do Amaral, acrescentando que "a única solidariedade que ele tem hoje em dia é com Ricardo Salgado", o antigo presidente da administração do BES.

Sem comentários: