Marcelo lembra que um dos seus primeiros atos será promulgar orçamento de Costa que será "equilíbrio" entre o que quer Bruxelas e as promessas eleitorais da esquerda
Se for eleito, uma das primeiras coisas que Marcelo Rebelo de Sousa fará como Presidente é falar com António Costa. O candidato respondia a um jovem - durante a visita a centro de educação para deficientes - que se for Presidente "vou ter de falar com o primeiro-ministro, para saber quais as ideias dele, os projetos dele (...) dá trabalho".
Depois, em declarações aos jornalistas sobre o Orçamento do Estado (OE) para 2016, Marcelo dizia que "um dos primeiros gestos do novo Presidente vai ser promulgar o OE". O candidato diz que tem "acompanhado a situação e há um esforço grande do governo, por um lado, no Orçamento, ser sensível às apreciações de Bruxelas e, por outro, fazer aquilo que se comprometeu em termos eleitorais." E Marcelo concorda com este "equilíbrio", acreditando que a esquerda não vai roer a corda: "Tenho ouvido dizer, por parte dos partidos que o apoiam no Parlamento, que não querem provocar crises no governo
Na conversa com os jovens do centro, Marcelo falou ainda de como serão os primeiros tempos caso seja eleito, sugerindo mais uma vez uma presidência próxima da de Soares, com viagens ao exterior e com as tais presidências abertas de "afetos". Ou nas palavras de Marcelo: "Vou ter contacto com os outros países. Receber presidentes desses países. Visitar esses países e os nossos compatriotas. Visitar escolas, hospitais.
Ângelo não foi convidado
A visita ao centro, em Mira-Sintra, traria também um momento caricato. O histórico do PSD Ângelo Correia apareceu sem ser convidado e, logo à chegada, Marcelo não cumprimentou o companheiro de partido. Só acabaria por fazer minutos depois, quando Ângelo Correia quase se colocou no meio do caminho. Tentando disfarçar o incómodo, Marcelo lá atirou: "Histórico, histórico. Grande figura da democracia".
Subvenções injustas
Depois de já o ter feito no debate de ontem, Marcelo voltou hoje a dizer que "desde sempre" foi "muito crítico relativamente às subvenções vitalícias dos políticos".Quanto à decisão do Tribunal Constitucional, o candidato diz ser "muito difícil de perceber uma decisão que, no fundo, vai declarar inconstitucional a imposição de um sacrifício àqueles que tinham subvenções no passado e as recebiam, quando todos os portugueses tiveram sacrifícios." Para Marcelo "é muito difícil perceber em termos de justiça comparativa porque é que em relação a uns faz sentido [haver sacrifícios] e a outros não."
Foi tão percetível o incómodo que, logo depois, Ângelo Correia acabaria por se retirar, discretamente, por um caminho oposto ao de Marcelo e sem se despedirem. No fim do encontro, Marcelo ainda tentou disfarçar, com expressões como "gostei imenso", "muito simpático" e "boa surpresa". Mas sem negar que não tinha convidado: "Sei que ele vivia aqui perto, mas não sabia que vinha cá".
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