sábado, janeiro 16, 2016



Mudança de posição acontece no dia a seguir à terceira reunião com o governo. Dia em que também foram anunciados novos investimentos.

David Neeleman, o empresário que em conjunto com Humberto Pedrosa ganhou a privatização da TAP, mostrou-se ontem, pela primeira vez, disponível para ficar sem a maioria do capital, desvalorizando assim a questão que até agora parecia afastar os acionistas dos interesses do governo. “A gestão é o mais importante”, garantiu David Neeleman numa mudança de discurso que parece garantir que, à terceira ronda negocial com o governo, algo mudou.
Mas não foi o único a mostrar que a reversão do processo de privatização da TAP pode agora estar mais perto. Também Humberto Pedrosa confirmou ontem que os dois acionistas ficam na companhia aérea mesmo com uma reversão do processo de privatização da TAP: “O governo vai querer-nos no projeto e nós também estamos satisfeitos”.
Posições assumidas no dia em que o presidente executivo da TAP, Fernando Pinto, anunciou o nascimento da TAP Express e o fim da marca Portugália. Um projeto que arranca com uma frota de 17 novos aviões fornecidos pela Azul, a empresa brasileira detida por David Neeleman.
Toda a operação está avaliada em 400 milhões de euros e será realizada através de leasing. Os aviões, oito ATR 52 e nove Embraer 190, deverão chegar no verão do próximo ano.
Novas apostas Estes investimentos justificam-se, nas palavras de Fernando Pinto, porque “duas marcas diferentes confundem os clientes”. Além disso, fica a promessa de que a nova frota será 40% mais eficiente. Haverá ainda, de acordo com a TAP, uma melhoria da rentabilidade de 60 milhões de euros/ano.
Recorde-se que a Portugália, uma marca pensada para fazer os voos de médio curso e também para assegurar os destinos com menos procura, não sofria uma renovação da frota desde que, em 2006, foi comprada pelo Grupo Espírito Santo.
Ligação Lisboa – Porto Outra aposta é a ponte aérea entre Lisboa e Porto.  Em março, a TAP vai permitir fazer viagem entre o Porto e Lisboa, num conjunto de 16 voos diários, a preços que vão conseguir competir com os do comboio: 39 euros. A garantia é de que, quem o queira fazer, possa usufruir de um serviço simples e rápido. Fernando Pinto promete tratamento especial: “Há canal exclusivo para entrar na ponte aérea”.

Sem comentários: