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Com uma extensão de aproximadamente 5,3 km, a cerca abrangia, na bolsa a leste da cerca moura, 26,6 hectares, e 61,2 hectares na que se situava a oeste da Cerca Velha, o que elevava a área amuralhada a mais de 100 hectares. A Cerca Fernandina era rasgada por 35 portas e defendida por 76 ou 77 torres. Foi, em grande medida, graças a esta estrutura que Lisboa resistiu, em 1384, a um novo cerco imposto pelas forças de D. Juan I de Castela, marido de D. Beatriz, apoiadas por um importante sector da sociedade portuguesa. O cerco foi, tudo o indica, mais violento que o de 1373, com os sitiadores a permanecer junto dos muros da cidade entre Maio e Outubro. A Lisboa dos anos finais de Trezentos e de inícios de Quatrocentos é, pois, marcada pelos efeitos dos dois cercos e de longos anos de crise demográfica, social, política, cerealífera e económica. Mas havia sinais de esperança e inúmeras expectativas depositadas em D. João I.
E um dos motivos pelos quais a cidade podia encarar o futuro com algum optimismo era o importante conjunto de mercês recebidas do rei na sequência do cerco de 1384: propriedades, isenções fiscais, perdão de dívidas e, acima de tudo, o redimensionamento do seu termo com a integração das vilas e termos de Sintra, Torres Vedras, Alenquer, Colares, Ericeira, Mafra e Vila Verde. Existem indicadores de uma lenta melhoria das condições de vida dos lisboetas a partir dos primeiros anos de Quatrocentos. A edificação do Bairro de Vila Nova, por exemplo, revela a existência de uma procura crescente de habitações com melhores condições. Obras como a do o mosteiro do Carmo ou do Paço dos Estaus atestam o momento de alguma prosperidade que então se vivia, acelerado, em grande medida, pela expansão militar para o Norte de África e pelas expedições de reconhecimento da costa ocidental africana, mas também pela colonização da ilha da Madeira.
Bibliografia
FONSECA, Luís Adão da, “Lisboa Medieval e o seu termo”, in Lisboa Subterrânea, Lisboa, Lisboa 94 / MNA, 1994, pp. 86-91. MARQUES, A. H. de Oliveira, Nova História de Portugal, Vol. IV – Portugal na Crise dos Séculos XIV e XV, Lisboa, Presença, 1987. MARQUES, A. H. de Oliveira, “Lisboa Medieval: Uma visão de conjunto”, in Novos Ensaios de História Medieval Portuguesa, Lisboa, Presença, 1988, pp. 89-91. MARTINS, Miguel Gomes, Lisboa e a Guerra (1367-1411), Lisboa, Livros Horizonte, 2001. MARTINS, Miguel Gomes, A Vitória do Quarto Cavaleiro: O Cerco de Lisboa de 1384, Lisboa, Prefácio, 2006. SILVA, Augusto Vieira da, A Cerca Fernandina de Lisboa, 2.ª edição, Lisboa, Câmara Municipal de Lisboa, 1987, 2 vols. KRUS, Luís, OLIVEIRA, Luís Filipe, FONTES, João Luís (coord.), Lisboa Medieval: Os Rostos da Cidade, Lisboa, Livros Horizonte, 2007. |
;Nenhum mentiroso tem uma memória suficientemente boa para ser um mentiroso de êxito. A calúnia é a arma dos invejosos. O homem tropeça por vezes na verdade - Parte das vezes, recompõe-se e segue o seu caminho de Mentiroso - Disse Churchill sobre o homem. A estatistica é como o Biquini : O que mostra é Sugestivo - O que Esconde é Vital - - A Principal Causa dos Problemas - São as Soluções..... Hà 2 tipos de Raças de Porcos - O que não "cola" e o que não "descola".
sexta-feira, fevereiro 05, 2016
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