quinta-feira, fevereiro 18, 2016

Lesados do BES. Banco de Portugal, CMVM e governo reúnem esta semana

BCE não comenta críticas do governo à atuação de Carlos Costa. PM nomeou "homem de confiança" para liderar negociações
O Banco de Portugal comunicou esta tarde que já está agendada uma reunião "entre o Banco de Portugal, a CMVM e o representante do governo", encontro este que decorrerá ainda "esta semana".
Segundo o Expresso, António Costa indicou "Diogo Lacerda Machado, seu amigo e homem de confiança, para liderar as negociações".
Fonte oficial do Banco Central Europeu garantiu ao Dinheiro Vivo "não ter quaisquer comentários a fazer relativamente às críticas do governo à atuação de Carlos Costa"
"A propósito de recentes notícias sobre a posição do Banco de Portugal em relação à situação dos investidores em títulos das sociedades Espírito Santo International e Rioforte, o Banco de Portugal informa que, ainda antes das referidas notícias, e na sequência de contactos estabelecidos com o representante designado pelo Governo, foi aceite e marcada, a pedido deste último, uma reunião entre o Banco de Portugal, a CMVM e o representante do Governo, a realizar esta semana", refere o comunicado publicado no site do Banco de Portugal.
António Costa escusou-se hoje a comentar, em Bruxelas, se Carlos Costa deve abandonar o cargo de governador do Banco de Portugal (BdP), recordando que a instituição "goza de independência".
Na sequência das críticas que tem feito ao BdP na gestão da questão dos lesados, António Costa foi questionado sobre se Carlos Costa deve deixar a liderança da instituição, e respondeu que "o BdP goza de independência e o governador goza de um estatuto próprio"

PS abre fogo sobre Carlos Costa. E aponta "falta de confiança" no Banco de Portugal


César acompanha António Costa nas críticas à ação do governador
Carlos César pede a saída do governador? "Não devem existir perturbações excessivas" no banco central
Carlos César dirigiu esta quinta-feira violentas críticas ao governador do Banco de Portugal e à atuação de Carlos Costa, nomeadamente no caso dos lesados do BES, depois de ontem o primeiro-ministro e secretário-geral socialista, António Costa, ter também ele ter considerado "a todos os títulos lamentável" a forma como se arrasta a situação dos lesados do BES, "que é dramática para muitas famílias que confiaram as suas poupanças numa instituição e muitas delas foram logradas nessa confiança". Mas o líder parlamentar recusa "perturbações excessivas" no banco central.
"Há uma realidade que os portugueses vivem de alguma falta de confiança, ou pelo menos de uma avaliação frágil, quer dos depositantes, quer dos utilizadores do sistema bancário, em relação ao regulador, o Banco de Portugal", defendeu o líder da bancada do PS, em conversa com os jornalistas, na antecipação das Jornadas Parlamentares socialistas, que decorrem sexta-feira e sábado em Vila Real.
Para Carlos César, "essa fragilidade que tem sido detetada na ação do Banco de Portugal não tem sido minorada, pelo contrário tem sido agravada". E acrescentou: "Seguimos com alguma preocupação a ação do Banco de Portugal, e neste caso em particular dos lesados do BES, a que se referiu o primeiro-ministro. Também nos confrontamos com uma lentidão excessiva na tomada das decisões que são necessárias para que esse processo tenha o andamento adequado."
Sobre eventuais alterações na administração do banco central, o líder da bancada do PS preferiu colocar a tónica na atuação do organismo. "Estou convencido que alterações muito radicais no Banco de Portugal, numa fase em que existem fragilidades múltiplas nos planos interno e externo, não são prioridade. Mas é prioridade uma mudança de pró-atividade e um melhor desempenho ao nível da precaução por parte do Banco de Portugal, tendo em vista que o sistema financeiro português recupere a sua credibilidade e o equilíbrio que necessita."
À insistência dos jornalistas, sobre se César pede a saída do governador, o líder parlamentar do PS fez uma pausa antes de responder: "Não devem existir perturbações excessivas no Banco de Portugal que agravem as fragilidades que hoje já conhecemos no sistema financeiro e na confiança interna e externa, quer no regulador, que nos bancos em geral."

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