Paulo Rangel acusa o chefe do governo de ter mentido e manipulado afirmações suas. Conclui que Costa não sabe lidar com a crítica e quer silenciar quem demonstre quanto custará o seu Orçamento aos portugueses.
O eurodeputado social-democrata Paulo Rangel acusa António Costa de ter mentido e manipulado afirmações suas, concluindo que o chefe do governo não sabe lidar com a crítica e pretende silenciar quem demonstre as incongruências do seu Orçamento e quanto ele "custará aos portugueses".
Em "Ai custa, custa, Dr. Costa!", título do artigo de opinião muito duro escrito no Publico, Rangel explica o que disse e o contexto em que falou sobre Portugal no Parlamento Europeu.
"Não vou aqui puxar galões nem pergaminhos de apego a Portugal, ao espírito nacional e ao sentido patriótico. Seria ridículo e redundante. (…) Limitar-me-ei a corrigi-lo quanto aos factos. Para que a mentira que lançou, de duas vezes repetida em vestes oficiais, não faça o caminho do rumor, da insinuação e da aleivosia, convido todos a ouvirem a gravação da sessão plenária do Parlamento Europeu", escreve o eurodeputado, sublinhando que quem trouxe o assunto ao hemicíclio de Estrasburgo - fazendo uma interpretação correcta do seu mandato, considera - foi eurodeputada socialista Maria João Rodrigues.
"Quando chegou a minha vez de falar, tive naturalmente de a contraditar, no furtivo tempo de um minuto, para dizer que, não pondo em causa a convicção europeia dos socialistas portugueses, não poderíamos esquecer que o Governo português era apoiado por duas forças da esquerda radical. E que uma delas era claramente anti europeia – o PCP – e já o tinha demonstrado nesse mesmo debate na intervenção de João Ferreira (em que, heresia das heresias, falou de Portugal). E que a outra – o Bloco – tinha concepções económicas incompatíveis com a economia social de mercado que está na base da União Europeia tal como a conhecemos. E terminei com a terrível tirada parlamentar: "Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és". Foi este o grave crime de lesa-pátria que o tal Paulo Rangel cometeu. Foi isto e só isto: nada mais. Deve ser isto que causou toda a agitação e apreensão que o Orçamento Costa gerou e gera nas instituições europeias e nos mercados internacionais", escreve Rangel lembrando que também Elisa Ferreira e Ana Gomes se expressaram. "Mas elas – como falam segundo os cânones do Governo actual – não atentam decerto contra a nação".
"Não vou aqui puxar galões nem pergaminhos de apego a Portugal, ao espírito nacional e ao sentido patriótico. Seria ridículo e redundante. (…) Limitar-me-ei a corrigi-lo quanto aos factos. Para que a mentira que lançou, de duas vezes repetida em vestes oficiais, não faça o caminho do rumor, da insinuação e da aleivosia, convido todos a ouvirem a gravação da sessão plenária do Parlamento Europeu", escreve o eurodeputado, sublinhando que quem trouxe o assunto ao hemicíclio de Estrasburgo - fazendo uma interpretação correcta do seu mandato, considera - foi eurodeputada socialista Maria João Rodrigues.
"Quando chegou a minha vez de falar, tive naturalmente de a contraditar, no furtivo tempo de um minuto, para dizer que, não pondo em causa a convicção europeia dos socialistas portugueses, não poderíamos esquecer que o Governo português era apoiado por duas forças da esquerda radical. E que uma delas era claramente anti europeia – o PCP – e já o tinha demonstrado nesse mesmo debate na intervenção de João Ferreira (em que, heresia das heresias, falou de Portugal). E que a outra – o Bloco – tinha concepções económicas incompatíveis com a economia social de mercado que está na base da União Europeia tal como a conhecemos. E terminei com a terrível tirada parlamentar: "Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és". Foi este o grave crime de lesa-pátria que o tal Paulo Rangel cometeu. Foi isto e só isto: nada mais. Deve ser isto que causou toda a agitação e apreensão que o Orçamento Costa gerou e gera nas instituições europeias e nos mercados internacionais", escreve Rangel lembrando que também Elisa Ferreira e Ana Gomes se expressaram. "Mas elas – como falam segundo os cânones do Governo actual – não atentam decerto contra a nação".
Em causa estão declarações de Costa que voltou a acusar os social-democratas de terem tentado que a Comissão Europeia chumbasse o orçamento de Portugal." Enquanto todos nos lembrarmos de Paulo Rangel e do seu comportamento no Parlamento Europeu, bem podem pôr as bandeiras à lapela, que nunca mais ninguém vos respeitará", disse no parlamento.
"Respeito António Costa como homem, como político, como primeiro-ministro do meu país. Respeito-o, mas não tolero e não admito, nem por uma fracção de segundo, que ponha em causa o meu patriotismo, o meu sentido nacional. Repito: não tolero, não admito e não recebo nem lições nem remoques de António Costa. Lamentavelmente, é a segunda vez que o faz, num curto espaço de dias, primeiro num debate quinzenal, depois no debate do orçamento", escreve ainda Rangel.
"Respeito António Costa como homem, como político, como primeiro-ministro do meu país. Respeito-o, mas não tolero e não admito, nem por uma fracção de segundo, que ponha em causa o meu patriotismo, o meu sentido nacional. Repito: não tolero, não admito e não recebo nem lições nem remoques de António Costa. Lamentavelmente, é a segunda vez que o faz, num curto espaço de dias, primeiro num debate quinzenal, depois no debate do orçamento", escreve ainda Rangel.
"O Dr. Costa, suspeitava já – por alguns sinais dados – e agora sei de ciência certa que lhe custa lidar com a crítica e a opinião alheia" e agora "sei também que lhe custa que alguém demonstre quanto custa e custará o seu orçamento aos portugueses. Ai custa, custa, Dr. Costa! Uma coisa lhe garanto, por muito que isso lhe custe: não me intimida nem me calará; continuarei a exercer em pleno o meu mandato em nome do meu país e de todos os que me elegeram", conclui.
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