A "noticia" de capa da edição de hoje do Diário de Notícias, de novas suspeitas sobre o Senhor Engenheiro José Sócrates, é falsa. Não só porque lhe não foi, em momento algum, imputada a prática do crime de "tráfico de influências", como tal inexistente imputação não corresponderia, sequer, a qualquer facto dos autos.
Essa inexistente imputação, tal como as anteriormente formuladas, desgarrada de base factual e de prova que a pudessem suportar, não passa, por isso, de mais um insulto e de uma calúnia, de uma invenção do Ministério Público (as invocadas "fontes judiciais") pressurosamente ecoadas pelo Diário de Notícias.
Deste recado, o que se recolhe de útil é a manifesta da falência da investigação, que, nunca tendo conseguido encontrar sombra de factos e de provas das imputações que inventou para criar este processo e para prender e manter preso o Engenheiro Sócrates, ensaia agora esta novidade com que procura justificar a continuação do processo e da campanha difamatória orquestrada contra ele. Sem pinga de vergonha ou sombra de decoro.
O que realmente impressiona aqui é a indiferença do Diário de Notícias e da sua direção perante o único facto evidente, qual é o de que, decorridos anos de investigação, com toda a sorte de violências e devassas sobra as pessoas, as suas liberdades e a sua dignidade, o Ministério Público não conseguiu, nem consegue, formular uma acusação decente e consistente contra a qual possa ser exercido o direito mínimo de defesa. Tudo isto, acentue-se, depois de decorridos todos os prazos - os prazos da lei e os prazos que uma hierarquia cúmplice vai tentando inventar, à medida das necessidades de uma investigação incompetente e cada vez mais impotente.
O que realmente impressiona é a indiferença e, até, o aplauso com que é acolhido este continuado atentado às leis da República, ao Estado de Direito e às liberdades civis.
Com os melhores cumprimentos,
João Araújo
Pedro Delille
[Advogados de José Sócrates]
Sem comentários:
Enviar um comentário