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Esta terça-feira, o Correio da Manhã noticia que a CGD emprestara mais de 2,3 mil milhões de euros que corre o risco de não receber de volta: uma auditoria, terminada em agosto de 2015, refere que o banco do Estado concedeu créditos com "deficiente análise de risco" ou com garantias insuficientes.
Governo diz-se disponível para colaborar com autoridades competentes e remete responsabilidades para o Executivo anterior
O Ministério das Finanças quer que os créditos concedidos sem a devida avaliação pela Caixa Geral de Depósitos (CGD) antes de 2012, ano de recapitalização do banco público, sejam investigados. Em causa estarão créditos problemáticos que foram concedidos ainda durante a administração de Carlos Santos Ferreira e Armando Vara - ambos nomeados por Teixeira dos Santos, antigo ministro das Finanças de José Sócrates.

Um dos maiores devedores será o grupo Artlant, que não pagou 476 milhões de euros emprestados para construir em Sines aquele que seria um dos maiores projetos industriais de Portugal, e que não chegou a concretizar-se devido à falência de um dos principais acionistas do grupo, a catalã La Seda.
Questionado pelo Expresso, o Ministério das Finanças refere que "cabe às entidades competentes a todo o tempo realizar as diligências que entendam convenientes e adequadas nos termos da legislação em vigor", acrescentando que o Governo está disponível para colaborar com as autoridades. Fonte do Ministério de Mário Centeno assinala ainda que a CGD foi recapitalizada em 2012 com 1650 milhões de euros e esclarece que "a injeção de capital realizada, de acordo com as regras de capitalização no quadro do programa de ajustamento, foram as necessárias para fazer face às imparidades detetadas. Neste contexto, todos os créditos existentes terão sido avaliados pela administração, pelo Banco de Portugal, pelos auditores da CGD e pela troika".
As Finanças remetem responsabilidades para o Governo anterior: "Se houve créditos concedidos em período prévio à recapitalização de 2012 sem a devida avaliação de crédito então essa questão deveria ter sido reportada à altura da recapitalização e sujeita às diligências entendidas por convenientes, nomeadamente no campo do apuramento de responsabilidade civil e criminal".

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