A estatistica é como o Biquini :- o que mostra é sugestivo :- o que esconde é vital
Indignados com a notícia, os conselheiros usavam expressões como “pulhice” e “patifaria” para qualificar ao Expresso o facto de uma fonte não identificada ter passado informação aparentemente errada ao Público.
Indignados com a notícia, os conselheiros usavam expressões como “pulhice” e “patifaria” para qualificar ao Expresso o facto de uma fonte não identificada ter passado informação aparentemente errada ao Público.
Quando o Conselho de Estado acabou na segunda-feira parecia não haver grande história para contar. A reunião que durou cinco horas e começou ainda o país estava mergulhado na euforia da vitória do Euro2016, acabou com um lacónico comunicado à imprensa no qual os conselheiros do Presidente se limitavam a aconselhar uma “reflexão” sobre o momento complicado que se vive na Europa. Mas uma notícia sobre o que Cavaco Silva terá dito lá dentro veio dar origem a uma intensa discussão que acabou com Marcelo a levantar o sigilo que estão sujeitas estas reuniões.
Na quarta-feira, o jornal Público garantia que a intervenção do ex-Presidente da República no Conselho de Estado tinha sido um autêntico “balde de água fria sobre o tom consensual” em que decorria a reunião. O jornal contava que Cavaco, sem nunca se referir às sanções que nessa altura ainda eram só uma ameaça – o Ecofin viria a realizar-se no dia seguinte – discorreu sobre a legitimidade da aplicação de penalizações, enumerando as regras a que Portugal se submeteu e que incluem não só o Tratado Orçamental, mas também os programas de estabilidade entregues em Bruxelas com metas orçamentais específicas e até abaixo dos 3%.
O Público contava ainda que o tema das sanções “foi abordado por praticamente todos os conselheiros”, apesar de não constar do comunicado oficial emitido no fim da reunião.
Um dia depois, o Diário de Notícias e o Expresso citavam em off conselheiros de Estado que garantiam que a discussão tinha sido diferente do que o Público contou. Segundo as fontes do Expresso no Conselho de Estado, pelo menos seis conselheiros não teriam sequer falado em sanções – pelo que não teria sido quebrada qualquer unanimidade em torno do tema – e Cavaco Silva não teria defendido a aplicação de sanções durante o encontro.
Indignados com a notícia, os conselheiros usavam expressões como “pulhice” e “patifaria” para qualificar ao Expresso o facto de uma fonte não identificada ter passado informação aparentemente errada ao Público. Faziam-no, entanto, em off, porque os conselheiros estão obrigados a um dever de sigilo em relação ao que se passa no Conselho de Estado, a menos que essa obrigação seja levantada pelo Presidente da República por motivos justificados.
Esse mesmo dever de reserva foi invocado ao SOL por uma fonte próxima de Cavaco, que explicava assim o facto de o ex-Presidente não ter vindo a público defender-se apesar de, segundo a mesma fonte, a informação passada ao Público não ser verdade.
Marcelo levantou sigilo
Ora, foi isso que acabou por acontecer. O conselheiro de Estado, Lobo Xavier resolveu ligar ao Presidente, expondo-lhe o sucedido e pedindo-lhe autorização para contar a sua versão da história no programa A Quadratura do Círculo.
No programa da SIC Notícias, o centrista assegurou que Cavaco Silva não defendeu a aplicação de sanções a Portugal. E, ao Expresso, explicou que o fez “em nome da verdade” e para repor a “justiça”.
Por explicar está quem foi afinal que passou a informação de que Cavaco falou em defesa da aplicação de sanções a Portugal pelo incumprimento das regras do Tratado Orçamental.
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