A estatistica é como o Biquini :- o que mostra é sugestivo :- o que esconde é vital
Alguém que tenha aterrado em Portugal na semana passada deve ter ficado com a sensação que tinha voltado a 2013, o ano horrífico em que Vítor Gaspar metralhou os portugueses com a maior rajada de impostos de que há registo.
Durante toda a semana e sem qualquer tipo de pudor, Passos Coelho, Maria Luís Albuquerque e Assunção Cristas não se coibiram de berrar sobre um alegado “aumento de impostos”, mais concretamente nos impostos sobre o consumo, os chamados impostos indirectos.
Com tanta gritaria em torno do assunto, alguém poderia depreender que se Passos e Cristas ainda estivessem no poder, e Maria Luís “ainda fosse ministra”, os impostos indirectos estariam mais baixos. Poderia, se esse alguém tivesse a memória de um passarinho.
É que há um problema sério com essa ilação, um problema chamado Programa de Estabilidade e Crescimento entregue em Bruxelas à data de abril de 2015. E o que nos diz o último PEC entregue pelo governo PSD-CDS para os anos 2015-2019 na página 42? Basicamente que queriam aumentar os impostos indirectos em 2016, em 2017, em 2018 e em 2019. Na imagem abaixo pode constatar-se isso mesmo.
Torna-se também claro que aquilo a que os autores deste PEC vaticinam hoje como um “aumento de impostos” não tem qualquer correspondência com a realidade – o peso dos impostos indirectos no PIB mantém-se.
Se ainda está preocupado com o alegado aumento de impostos que aí vem, respire fundo e dê antes graças a que a direita já não esteja no poder.
Sem comentários:
Enviar um comentário