primeiro-ministro
O ex-Presidente da República
Cavaco Silva admitiu
esta quinta-feira ter ficado "totalmente
surpreendido" com o envolvimento
do antigo primeiro-ministro José Sócrates
num processo judicial, garantindo que
nas reuniões que mantiveram nunca
se apercebeu de "qualquer atuação
legalmente menos correta".
"Eu não tenho acompanhado esse processo,
mas, digo-lhe, fiquei totalmente
surpreendido", afirmou Aníbal Cavaco Silva,
numa entrevista à RTP1 quando questionado
sobre José Sócrates ter sido detido
preventivamente em 2014 e existir a
suspeita da "prática de crimes graves".
Escusando-se a comentar o caso porque
não tem acompanhado a matéria "a não
ser pelos títulos demasiado grandes que
aparecem em alguma comunicação social",
Cavaco Silva disse, contudo, que no decurso
das reuniões que teve "com o
primeiro-ministro do XVIII Governo
Constitucional" nunca se apercebeu "
de qualquer atuação legalmente menos correta".
José Sócrates foi preso preventivamente
em novembro de 2014, mais de três anos
e meio depois de ter deixado o Governo.
O antigo primeiro-ministro esteve preso
preventivamente mais de nove meses e
está indiciado por fraude fiscal qualificada,
branqueamento de capitais e corrupção
passiva para ato ilícito.
Na entrevista, concedida a propósito do
lançamento do livro "Quinta-feira e
outros dias", o antigo chefe de Estado
reiterou que o seu objetivo ao escrevê-lo foi
"prestar contas aos portugueses", depois de
dez anos como Presidente da República
(entre 2006 e 2016).
Recusando as críticas que lhe têm
sido feitas por poder estar a trair a confiança
dos seus interlocutores ao revelar conversas
privadas,
Cavaco Silva contrapôs que "as conversas
foram privadas, mas não secretas" e
defendeu que só revelando o que se
passou é que os portugueses podem aferir
a forma como exerceu a sua "magistratura de influência".
"Não preciso de ajustar contas com ninguém,
a vida correu-me muito bem",
acrescentou, quando questionado se
o livro representa um "ajuste de contas"
com José Sócrates, já que volta a deixar-lhe
acusações de "total e inadmissível falta
de lealdade institucional", mentiras e falsidades.
Cavaco Silva foi ainda questionado sobre
o "estilo" do atual Presidente da República,
Marcelo Rebelo de Sousa, mas
escusou-se a emitir uma opinião,
assegurando que "em princípio"
nunca ninguém o ouvirá a falar sobre a
forma como os seus antecessores ou os
seus sucessores exerceram os cargos.
Aliás, acrescentou, a parte do livro em
que fala sobre a forma como um Presidente
deve atuar, nomeadamente resistindo
"à tentação de obter grandes títulos", foi escrita
quando ainda estava em Belém e "antes de
se saber
" quem era o chefe do Estado que o iria suceder.
quando ainda estava em Belém e "antes de
se saber
" quem era o chefe do Estado que o iria suceder.
O chamado caso das "escutas" a Belém
foi outro dos temas abordados na entrevista,
com o antigo Presidente da República a
reiterar a tese de que "algumas pessoas do
PS coligadas com alguns meios de comunicação
social tentaram criar uma intriga" para o
envolver nas eleições legislativas que
se realizaram em setembro
envolver nas eleições legislativas que
se realizaram em setembro
de 2009 e denegrir a sua imagem.
"Eu estava de férias em agosto (....) era
uma intriga típica de verão para encher
as páginas dos jornais", disse, repetindo
que, a forma como encarou inicialmente
o assunto, foi como "uma historieta de verão" .
uma intriga típica de verão para encher
as páginas dos jornais", disse, repetindo
que, a forma como encarou inicialmente
o assunto, foi como "uma historieta de verão" .
"Percebi tardiamente o objetivo", lamentou.
Quase um ano depois de ter terminado o
segundo mandato como
Presidente da República,
Cavaco Silva desvalorizou a "avaliação
negativa" que os portugueses lhe fizeram
quando saiu de Belém, repetindo que
"sondagens, ruídos mediáticos,
trepidações políticas, espuma dos dias"
nunca influenciaram as suas decisões.
segundo mandato como
Presidente da República,
Cavaco Silva desvalorizou a "avaliação
negativa" que os portugueses lhe fizeram
quando saiu de Belém, repetindo que
"sondagens, ruídos mediáticos,
trepidações políticas, espuma dos dias"
nunca influenciaram as suas decisões.
"Saí totalmente tranquilo, realizado",
disse, garantindo que, ao fim de 30
anos na política é altura de colocar
um ponto final.
disse, garantindo que, ao fim de 30
anos na política é altura de colocar
um ponto final.
Sem comentários:
Enviar um comentário