quinta-feira, março 09, 2017

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O Tabaco Foi Introduzido em Portugal Como Remédio Medicinal

Tobacco was introduced in Portugal How Medicine MedicinalNa atualidade, sendo bem conhecidos os diversos malefícios e riscos que o tabaco apresenta para a saúde humana, parece absurdo que uma das justificações para a sua introdução (tanto em Portugal como na Europa) tenha sido enquanto remédio medicinal. Contudo, esta circunstância é verdadeira, ainda que diversas motivações tenham estado na base da sua popularização.
Embora a origem da palavra “tabaco” seja incerta, após o descobrimento das Américas vieram a lume diversos relatos sobre o uso destas folhas para fumar por parte de vários povos nativos daquele continente. Atribui-se geralmente ao francês Jean Nicot a “honra” de ter introduzido o tabaco na corte francesa, por volta de 1560. Nicot era também embaixador da França em Portugal, precisamente entre 1559 e 1561, e neste país terá tomado contacto com o tabaco pela primeira vez, descrevendo os seus benefícios (de acordo com a sua experiência pessoal e com o que aprendera por cá) e o modo como poderia ser consumido. A palavra “nicotina” começou por ser usada para descrever o produto introduzido em França por Nicot, e mais tarde passou a descrever o químico ativo presente na planta.
Por essa mesma altura, em 1571, um médico espanhol publicava um livro sobre plantas medicinais das Américas, onde afirmava que o tabaco curava diversas doenças. Na verdade, os europeus reproduziam o saber que haviam adquirido dos povos nativos americanos, que também utilizam o tabaco com essa finalidade (de forma naturalmente equivocada).
Mas nem todo os europeus aceitaram de bom grado a inovação. Na Inglaterra, o rei Jaime I publicou um famoso texto, no início do século XVII, onde negava os benefícios do produto para a saúde e o acusava de “fazer mal aos olhos, à boca e aos pulmões”; no Império Otomano, chegou a ser proibido por lei. Contudo, ainda vinha muito longe a consciência real dos malefícios do tabaco, que só chegaria na segunda metade do século XX. O tabaco de mascar e de inalar tornou-se bastante corrente, mas ao longo do século XIX generalizou-se o hábito de fumar cigarros, principalmente depois de se inventarem as primeiras máquinas permitindo a sua fabricação industrial.

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