A estatistica é como o Biquini :- o que mostra é sugestivo :- o que esconde é vital
Almoço com Edgar Valles
Entramos e ouve-se música. "É a Lura", diz-me uma empregada,
cabo-verdiana como a
cantora que surge no ecrã gigante e que lá permanecerá
as quase
duas horas que o almoço com Edgar Valles durou.
O presidente da
Casa de Goa só tinha vindo aqui uma vez, mas
gostou do ambiente
e também da comida diversificada, quase tanto
como as antigas
colónias portuguesas que inspiram quem está
na cozinha. Confesso-lhe
que estranhei o nome Café de La Musique. Edgar,
é assim que o
trato e assim escreverei, não sabe porquê, mas
promete logo indagar.
Carlos Vasconcelos, o dono, chega, cumprimenta-nos
e oferece a explicação:
"Porque sou músico e porque vivi na Bélgica." Ora toma.
cabo-verdiana como a
cantora que surge no ecrã gigante e que lá permanecerá
as quase
duas horas que o almoço com Edgar Valles durou.
O presidente da
Casa de Goa só tinha vindo aqui uma vez, mas
gostou do ambiente
e também da comida diversificada, quase tanto
como as antigas
colónias portuguesas que inspiram quem está
na cozinha. Confesso-lhe
que estranhei o nome Café de La Musique. Edgar,
é assim que o
trato e assim escreverei, não sabe porquê, mas
promete logo indagar.
Carlos Vasconcelos, o dono, chega, cumprimenta-nos
e oferece a explicação:
"Porque sou músico e porque vivi na Bélgica." Ora toma.
O Café de La Musique fica perto da antiga
Feira Popular de Lisboa.
E, de facto, só depois de se passar a porta do
restaurante se começa
a perceber que estamos em território da lusofonia, apesa
r do nome francês
. Há cartazes afixados com os músicos que hão de vir
tocar nos
próximos dias.
"À noite a música é ao vivo", diz-me Edgar, já depois
de sentados
à mesa. O mote
da conversa vai ser Goa, essa parcela da Índia tão especial
na história de Portugal, mas também havemos de falar um
pouco de Angola, que foi onde nasceu o
meu convidado. Aliás,
foi um prato angolano que ambos escolhemos,
uma muamba de
galinha que Edgar me propõe dividir "porque
as doses são grandes".
Para entrada, "um caldo-verde", pede ele, e eu alinho.
A sopa é agradável,
mesmo que, quando me a põem à frente, me
pareça mais um
creme de legumes.
Feira Popular de Lisboa.
E, de facto, só depois de se passar a porta do
restaurante se começa
a perceber que estamos em território da lusofonia, apesa
r do nome francês
. Há cartazes afixados com os músicos que hão de vir
tocar nos
próximos dias.
"À noite a música é ao vivo", diz-me Edgar, já depois
de sentados
à mesa. O mote
da conversa vai ser Goa, essa parcela da Índia tão especial
na história de Portugal, mas também havemos de falar um
pouco de Angola, que foi onde nasceu o
meu convidado. Aliás,
foi um prato angolano que ambos escolhemos,
uma muamba de
galinha que Edgar me propõe dividir "porque
as doses são grandes".
Para entrada, "um caldo-verde", pede ele, e eu alinho.
A sopa é agradável,
mesmo que, quando me a põem à frente, me
pareça mais um
creme de legumes.
Comecemos então pela apresentação do homem que
desde 2014 preside
à Casa de Goa, sucedendo a um outro goês famoso,
o antigo deputado
Narana Coissoró, um hindu democrata-cristão.
Edgar Francisco Valles
(e já perceberão porque ponho aqui o Francisco),
por seu lado,
é o típico português católico com raízes goesas, filho de um
funcionário público que trabalhou em várias partes do império
colonial porque queria abrir horizontes. "Nasci em
1953, no Bié,
na então Silva Porto", conta o mais novo de três filhos do
engenheiro agrónomo também chamado Edgar Valles,
natural de Pangim,
capital de Goa, e de Lúcia, senhora também goesa, mas de
Vasco da Gama.
desde 2014 preside
à Casa de Goa, sucedendo a um outro goês famoso,
o antigo deputado
Narana Coissoró, um hindu democrata-cristão.
Edgar Francisco Valles
(e já perceberão porque ponho aqui o Francisco),
por seu lado,
é o típico português católico com raízes goesas, filho de um
funcionário público que trabalhou em várias partes do império
colonial porque queria abrir horizontes. "Nasci em
1953, no Bié,
na então Silva Porto", conta o mais novo de três filhos do
engenheiro agrónomo também chamado Edgar Valles,
natural de Pangim,
capital de Goa, e de Lúcia, senhora também goesa, mas de
Vasco da Gama.
"O meu pai formou-se na Universidade de Pune,
na Índia, e depois
é que veio um ano para Lisboa para tirar a equivalência.
O meu avô
recusou-se a pagar-lhe os estudos em Portugal porque
tinha receio
de que ele voltasse casado com uma europeia. Queria
que o casamento
fosse com uma goesa", conta Edgar. "Era assim que
costumava ser,
por tradição, mas se ele tivesse casado com uma europeia,
alguém de Lisboa,
também acabaria por ser aceite na família", acrescenta.
O próprio
Edgar Francisco, o da conversa, acabou por casar com
uma europeia,
Ana Simões, mãe dos seus dois filhos, que conheceu quando
veio para Lisboa.
na Índia, e depois
é que veio um ano para Lisboa para tirar a equivalência.
O meu avô
recusou-se a pagar-lhe os estudos em Portugal porque
tinha receio
de que ele voltasse casado com uma europeia. Queria
que o casamento
fosse com uma goesa", conta Edgar. "Era assim que
costumava ser,
por tradição, mas se ele tivesse casado com uma europeia,
alguém de Lisboa,
também acabaria por ser aceite na família", acrescenta.
O próprio
Edgar Francisco, o da conversa, acabou por casar com
uma europeia,
Ana Simões, mãe dos seus dois filhos, que conheceu quando
veio para Lisboa.
Nascido e criado em Angola, passou a adolescência
em Luanda
, onde o pai acabaria colocado, depois de ter
trabalhado em várias
cidades ("por isso os meus irmãos nasceram
em Cabinda"). Vivia-se
a guerra, com o MPLA, a UNITA e a FNLA
a combaterem o
exército português, com vistas à independência
da maior das
colónias africanas. "Para mim, a guerra ficava
longe. Não a
sentíamos", diz. Em 1970 troca Luanda por
Lisboa, para estudar
na Faculdade de Direito.
em Luanda
, onde o pai acabaria colocado, depois de ter
trabalhado em várias
cidades ("por isso os meus irmãos nasceram
em Cabinda"). Vivia-se
a guerra, com o MPLA, a UNITA e a FNLA
a combaterem o
exército português, com vistas à independência
da maior das
colónias africanas. "Para mim, a guerra ficava
longe. Não a
sentíamos", diz. Em 1970 troca Luanda por
Lisboa, para estudar
na Faculdade de Direito.
Chega a muamba, servida num tachinho que deixam na mesa.
Como acompanhamento, funje, que é feito de farinha de
mandioca.
Casa tudo muito bem, o prato de galinha com o funje, mas Edgar
pede piripiri. Depois, tira uma colher pequenina e coloca-a na
borda do prato. Pergunto porque não a mistura. "Não sei a
força do picante.
Assim, aos poucos, não me arrisco a estragar", responde
com a
sensatez de quem já passou dos 60 anos e viu muito.
Como acompanhamento, funje, que é feito de farinha de
mandioca.
Casa tudo muito bem, o prato de galinha com o funje, mas Edgar
pede piripiri. Depois, tira uma colher pequenina e coloca-a na
borda do prato. Pergunto porque não a mistura. "Não sei a
força do picante.
Assim, aos poucos, não me arrisco a estragar", responde
com a
sensatez de quem já passou dos 60 anos e viu muito.
Voltamos ao tema Angola, ideal enquanto despachamos
a muamba,
e fico a saber que regressou uma primeira vez em 1973,
para o casamento
do irmão Edgar Ademar. Depois da independência,
voltou em 1976
para dar aulas. Era cidadão português mas pediu
para ser militante
do MPLA. Não foi aceite porque havia uma nova
regra, explica, que
vetava a militância a quem pertencia a partidos estrangeiros
e Edgar era
do PCP, tendo integrado a UEC, a União dos
Estudantes Comunistas.
No Natal veio a Lisboa e a mulher não quis que regressasse.
"Ela teve o pressentimento de que ia haver um banho de sangue
em Angola", relembra Edgar. Foi no maio seguinte,
num choque
entre os partidários do presidente Agostinho Neto e
uma ala liderada
por Nito Alves. Os irmãos, ambos com protagonismo
no MPLA,
acabaram mortos. Ela chamava-se Sita Valles e o bebé que tinha
(com o marido José, também morto) foi entregue aos cuidados de
uma tia que vivia em Portugal, Francisca van Dunem, atual ministra
da Justiça. "O meu sobrinho João Ernesto, a quem chamamos Che,
dá hoje aulas de Economia em Angola."
a muamba,
e fico a saber que regressou uma primeira vez em 1973,
para o casamento
do irmão Edgar Ademar. Depois da independência,
voltou em 1976
para dar aulas. Era cidadão português mas pediu
para ser militante
do MPLA. Não foi aceite porque havia uma nova
regra, explica, que
vetava a militância a quem pertencia a partidos estrangeiros
e Edgar era
do PCP, tendo integrado a UEC, a União dos
Estudantes Comunistas.
No Natal veio a Lisboa e a mulher não quis que regressasse.
"Ela teve o pressentimento de que ia haver um banho de sangue
em Angola", relembra Edgar. Foi no maio seguinte,
num choque
entre os partidários do presidente Agostinho Neto e
uma ala liderada
por Nito Alves. Os irmãos, ambos com protagonismo
no MPLA,
acabaram mortos. Ela chamava-se Sita Valles e o bebé que tinha
(com o marido José, também morto) foi entregue aos cuidados de
uma tia que vivia em Portugal, Francisca van Dunem, atual ministra
da Justiça. "O meu sobrinho João Ernesto, a quem chamamos Che,
dá hoje aulas de Economia em Angola."
Edgar fala com naturalidade desse episódio dramático na história
da família. Só se sente mais sensível quando lhe pedem fotografias.
"Aí é diferente", diz, "começamos a relembrar-nos das pessoas".
da família. Só se sente mais sensível quando lhe pedem fotografias.
"Aí é diferente", diz, "começamos a relembrar-nos das pessoas".
Nisto de restaurante lusófono, vinhos portugueses fazem todo o sentido.
Pedimos tinto, um alentejano, Marquês de Borba. Mas a garrafa
é das grandes e ambos concordamos em substituir antes o vinho
por duas imperiais. E de Angola passamos para o tema Goa,
terra dos antepassados, mas também uma terra que teve
de redescobrir.
Pedimos tinto, um alentejano, Marquês de Borba. Mas a garrafa
é das grandes e ambos concordamos em substituir antes o vinho
por duas imperiais. E de Angola passamos para o tema Goa,
terra dos antepassados, mas também uma terra que teve
de redescobrir.
"Creio que aquilo que se passou em Angola me afetou tanto que fiz
uma espécie
de transferência de afeto para Goa", reflete, enquanto me reforça
a dose de galinha que já tenho no prato, enche também o seu,
e pega com delicadeza na colherzinha de piripiri e
deita-a na muamba.
"Está muito bom. Já da outra vez tinha ficado muito satisfeito
com a comida", comenta.
uma espécie
de transferência de afeto para Goa", reflete, enquanto me reforça
a dose de galinha que já tenho no prato, enche também o seu,
e pega com delicadeza na colherzinha de piripiri e
deita-a na muamba.
"Está muito bom. Já da outra vez tinha ficado muito satisfeito
com a comida", comenta.
Conversamos sobre Goa, que digo já ter visitado e ter ficado
impressionado com tantas igrejas no meio da vegetação
tropical e com os nomes portugueses por todo o lado, desde
as tabuletas das lojas aos obituários nos jornais. "Hoje já pouca
gente fala português. Só os mais velhos. E a indianização é
muito forte. Vou lá muitas vezes, pois tenho propriedades que
sou obrigado a administrar", diz. Tem ainda primos no território
que foi o estado da Índia, peça-chave do império português
no Oriente e bastião do catolicismo na Ásia.
impressionado com tantas igrejas no meio da vegetação
tropical e com os nomes portugueses por todo o lado, desde
as tabuletas das lojas aos obituários nos jornais. "Hoje já pouca
gente fala português. Só os mais velhos. E a indianização é
muito forte. Vou lá muitas vezes, pois tenho propriedades que
sou obrigado a administrar", diz. Tem ainda primos no território
que foi o estado da Índia, peça-chave do império português
no Oriente e bastião do catolicismo na Ásia.
"Goa foi um caso muito especial na história de Portugal.
Os portugueses não trataram os goeses como colonizados
mas como iguais. Logo no século XVI houve as conversões, com
as famílias a ficarem com o nome do padre ou de algum nobre",
conta, sobre um território conquistado em 1511 por Afonso de
Albuquerque e que só em 1961 deixou de ser português, quando
a Índia se cansou da resistência de Salazar e anexou pela força
a colónia portuguesa, que na época talvez tivesse 50% de católicos,
gente chamada Mascarenhas, Noronha, Fernandes ... ou Valles.
Os portugueses não trataram os goeses como colonizados
mas como iguais. Logo no século XVI houve as conversões, com
as famílias a ficarem com o nome do padre ou de algum nobre",
conta, sobre um território conquistado em 1511 por Afonso de
Albuquerque e que só em 1961 deixou de ser português, quando
a Índia se cansou da resistência de Salazar e anexou pela força
a colónia portuguesa, que na época talvez tivesse 50% de católicos,
gente chamada Mascarenhas, Noronha, Fernandes ... ou Valles.
O direito de propriedade foi, porém, respeitado pela Índia e mesmo
quem optou pela nacionalidade portuguesa manteve casas e terras.
Por isso Edgar vai lá umas três vezes por ano para cuidar do que
é seu e que um dia será dos dois filhos, Edgar Luís (outro Edgar!)
e Francisco. O primeiro é vereador da Cultura em Odivelas,
o segundo é capitão da Força Aérea. "Também já tenho
três netos, dois rapazes
e uma rapariga", acrescenta Edgar. E conta-me que foi a
primeira vez a
Goa com 3 anos, "para ser mostrado aos meus avós". Não terá
grande memória dessa visita, que acabaria por ser a única à
Goa ainda portuguesa.
quem optou pela nacionalidade portuguesa manteve casas e terras.
Por isso Edgar vai lá umas três vezes por ano para cuidar do que
é seu e que um dia será dos dois filhos, Edgar Luís (outro Edgar!)
e Francisco. O primeiro é vereador da Cultura em Odivelas,
o segundo é capitão da Força Aérea. "Também já tenho
três netos, dois rapazes
e uma rapariga", acrescenta Edgar. E conta-me que foi a
primeira vez a
Goa com 3 anos, "para ser mostrado aos meus avós". Não terá
grande memória dessa visita, que acabaria por ser a única à
Goa ainda portuguesa.
Edgar pede à empregada se é possível baixar um pouco o
volume da música, para ser mais fácil a conversa. Ao resto
da clientela a voz quente de Lura não parece incomodar.
Bem, a nós também não, até porque, ao segundo pedido
sem resposta, desistimos e falamos como dá. Chega, isso sim,
a ementa com as sobremesas. Edgar queixa-se da diabetes e
pede papaia, eu escolho uma especialidade cabo--verdiana -
doce de papaia
com queijo de cabra.
volume da música, para ser mais fácil a conversa. Ao resto
da clientela a voz quente de Lura não parece incomodar.
Bem, a nós também não, até porque, ao segundo pedido
sem resposta, desistimos e falamos como dá. Chega, isso sim,
a ementa com as sobremesas. Edgar queixa-se da diabetes e
pede papaia, eu escolho uma especialidade cabo--verdiana -
doce de papaia
com queijo de cabra.
Edgar convida-me para assim que acabarem as obras
no restaurante da
Casa de Goa, perto do Palácio das Necessidades, lá ir
experimentar
a comida. Sei que é uma mistura de influências
portuguesas e indianas,
como o próprio estado, hoje o mais rico da Índia e também,
de certa forma,
o mais liberal. "Nas praias do resto da Índia as mulheres entram
na água vestidas com os saris, mas em Goa usam
fato de banho.
Dos tradicionais, mas fato de banho", sublinha o
presidente da Casa de Goa.
A instituição conta com 600 sócios
e está aberta mesmo a quem não tem raízes na Índia
mas que se interesse
pela cultura goesa, explica-me este advogado, com vária
obra jurídica publicada
(e também alguns livros antigos mais políticos), que chegou a ser
jornalista no semanário
Extra, em que estiveram nomes que mais tarde eu próprio vim
a conhecer no DN,
como José David Lopes e Mário Ventura. Também
José Saramago,
que tinha sido diretor adjunto do DN, fazia parte da equipa,
composta sobretudo por gente saneada do jornal nos tempos
complicados do pós-25 de Abril. Foi nessa altura,
que coincidiu
com a morte dos irmãos, que Edgar romperia com o PCP,
porque
não gostou da forma "como o Avante! tratou do que se
passou em Angola".
no restaurante da
Casa de Goa, perto do Palácio das Necessidades, lá ir
experimentar
a comida. Sei que é uma mistura de influências
portuguesas e indianas,
como o próprio estado, hoje o mais rico da Índia e também,
de certa forma,
o mais liberal. "Nas praias do resto da Índia as mulheres entram
na água vestidas com os saris, mas em Goa usam
fato de banho.
Dos tradicionais, mas fato de banho", sublinha o
presidente da Casa de Goa.
A instituição conta com 600 sócios
e está aberta mesmo a quem não tem raízes na Índia
mas que se interesse
pela cultura goesa, explica-me este advogado, com vária
obra jurídica publicada
(e também alguns livros antigos mais políticos), que chegou a ser
jornalista no semanário
Extra, em que estiveram nomes que mais tarde eu próprio vim
a conhecer no DN,
como José David Lopes e Mário Ventura. Também
José Saramago,
que tinha sido diretor adjunto do DN, fazia parte da equipa,
composta sobretudo por gente saneada do jornal nos tempos
complicados do pós-25 de Abril. Foi nessa altura,
que coincidiu
com a morte dos irmãos, que Edgar romperia com o PCP,
porque
não gostou da forma "como o Avante! tratou do que se
passou em Angola".
Acrescenta que em 1993, convidado por João Soares,
seu amigo,
aderiu ao PS, mas nunca quis cargos. Até hoje é
militante de base.
Conheceu mais ou menos na mesma época
António Costa,
pois Ana Simões foi a número dois da candidatura falhada
do atual primeiro--ministro à Câmara de Loures.
Edgar morava
e mora em Odivelas, agora também um concelho.
seu amigo,
aderiu ao PS, mas nunca quis cargos. Até hoje é
militante de base.
Conheceu mais ou menos na mesma época
António Costa,
pois Ana Simões foi a número dois da candidatura falhada
do atual primeiro--ministro à Câmara de Loures.
Edgar morava
e mora em Odivelas, agora também um concelho.
Por falar em Costa, e enquanto não chegam
os cafés,
o que pensa Edgar da recente visita do
político português
filho de um goês à Índia? "Para os indianos,
António Costa
é um exemplo da sua superioridade intelectual,
pois
se até um deles consegue ser primeiro-ministro
na Europa
", comenta. Mas entenda-se como se entender
a admiração
da Índia pelo nosso primeiro-ministro, "a verdade
é que
Costa
e o primeiro-ministro Narendra Modi se
entenderam
muito bem e isso é bom para os dois países
e, claro,
para Goa", acrescenta. "A Índia vai ser
uma grande
potência económica, está a desenvolver-se
rapidamente,
e isto sem deixar
de ser uma democracia", sublinha Edgar,
relembrando que
o país tem 1250 milhões de habitantes e uma
grande diversidade,
mas que mesmo assim "o exército nunca teve
de se envolver
em política como acontece no Paquistão".
E quando pensa
em Goa, pensa em como esta, embora pequena,
pode ajudar
a Índia. "Goa pode dar à Índia o exemplo da
tolerância,
que no fundo é a matriz do próprio hinduísmo."
os cafés,
o que pensa Edgar da recente visita do
político português
filho de um goês à Índia? "Para os indianos,
António Costa
é um exemplo da sua superioridade intelectual,
pois
se até um deles consegue ser primeiro-ministro
na Europa
", comenta. Mas entenda-se como se entender
a admiração
da Índia pelo nosso primeiro-ministro, "a verdade
é que
Costa
e o primeiro-ministro Narendra Modi se
entenderam
muito bem e isso é bom para os dois países
e, claro,
para Goa", acrescenta. "A Índia vai ser
uma grande
potência económica, está a desenvolver-se
rapidamente,
e isto sem deixar
de ser uma democracia", sublinha Edgar,
relembrando que
o país tem 1250 milhões de habitantes e uma
grande diversidade,
mas que mesmo assim "o exército nunca teve
de se envolver
em política como acontece no Paquistão".
E quando pensa
em Goa, pensa em como esta, embora pequena,
pode ajudar
a Índia. "Goa pode dar à Índia o exemplo da
tolerância,
que no fundo é a matriz do próprio hinduísmo."
Chega a conta. Antes de nos despedirmos,
fico a saber
que o advogado não deixou totalmente
de ser jornalista.
"Escrevo sobre Portugal para dois
jornais indianos,
o The Goan, em inglês, e o Lokmat,
que traduz os
artigos para a língua marati." Edgar também
confessa estar
"encantado com a atual embaixadora indiana
em Lisboa,
Nandini Singla, uma mulher inteligente que
está a ajudar
muito as relações entre Portugal e a Índia e
que compreende
o valor da comunidade goesa". Afinal,
António Costa pode ser o português com
raízes goesas
com maior
protagonismo, mas a comunidade com
origens indianas,
não só de Goa
mas também do Gujarate, está bem integrada
num país
que há séculos se habituou a conviver
com outras culturas.
fico a saber
que o advogado não deixou totalmente
de ser jornalista.
"Escrevo sobre Portugal para dois
jornais indianos,
o The Goan, em inglês, e o Lokmat,
que traduz os
artigos para a língua marati." Edgar também
confessa estar
"encantado com a atual embaixadora indiana
em Lisboa,
Nandini Singla, uma mulher inteligente que
está a ajudar
muito as relações entre Portugal e a Índia e
que compreende
o valor da comunidade goesa". Afinal,
António Costa pode ser o português com
raízes goesas
com maior
protagonismo, mas a comunidade com
origens indianas,
não só de Goa
mas também do Gujarate, está bem integrada
num país
que há séculos se habituou a conviver
com outras culturas.
No ecrã, ao fundo da sala do Café de La Musique,
Lura continua a cantar. Agora é Só Um Cartinha.
Lura continua a cantar. Agora é Só Um Cartinha.
Café de La Musique
› Couvert
› 2 sopas
› 1 muamba de galinha
› 2 imperiais
› 1 garrafa de água
› 1 papaia fatiada
› 1 doce de papaia com queijo de cabra
› 2 cafés
Total: 42,50 euros
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